Sabemos desde a mais tenra idade que os valores da educação britânica são imutáveis. Temos a certeza do seu conteúdo estimável e que se baseiam nos sãos princípios do carácter dos habitantes da velha Albion. Era como um facto geográfico. A conduta cível morava ali. A verdade observava sobranceira e, derramava os suficientes salpicos da sua imensa self-confidence.
Claro que de vez em quando lá havia uma história de cuecas e de ministros, de princesas e de leitos alheios, de instrutores cavalariça e de roçagar de sedas e cetins. Havia até quem, olhando para trás, tivesse visto a mais feroz e descarada acumulação do capital e da propriedade privada.
Mas as instituições eram sagradas. Ele era a coroa, os diversos castelos, as obras de caridade, o exército senhores, o exército!, a navy, os boinas de várias cores, o império colonial, a recusa do euro, a commonwealth. Desculpem, não é engano, não senhor. Eu disse Commonwealth mesmo!
Não sabem o que é ? O nome está mesmo a dizer, Commonwealth, Riqueza Comum ! É assim como uma sociedade por quotas onde o dinheiro de todos foi entregue a um deles para benefício do próprio e de rios de propaganda a seu favor. Assim não há problemas. Todos diferentes e todos a contribuirem para o bem da gestão centralizada. Até se criou a bolsa de valores e a bolsa de mercadorias onde os mais ricos podiam comprar aos mais pobres o máximo de produtos pelo valor mínimo de mercado. Há alguém que não perceba estas inúmeras vantagens?
Mas lá estou eu a afastar-me do título e do fundo da questão. Falava de instituições e do brilho que cobria as melhores. Nomeadamente a Jarda Escocesa sempre felizmente encarregada do combate aos maus. Parece que há por lá umas duvidazitas sobre as diversas versões da morte do electricista brasileiro. Afinal o homem não usava a perigosa gabardina. Até tinha pegado no jornal gratuíto lá do sítio, não saltou barreiras e só se apressou na entrada da porta da carruagem. Claro que a cor da pele não ajudou nada. A reconstituição agora divulgada, a ser a verdadeira, mostra bem como se faz: agarra-se nos braços do homem. Pela sua frente pois estava sentado. Depois um ou mais agentes disparam oito tiros na cabeça da vítima, sem mais aquelas! Serviço acabado! Limpo! Perdão, tudo sujo! Aliás deve ter sido uma merda de miolos por todo o lado.
No minuto seguinte já a Jarda Escocesa sabia que matara um inocente da forma mais fria e cruel.
Sabia e contou ao mundo uma história que isto de versões de factos o que conta são as primeiras impressões. Depois, quem é que quer saber de pormenores? De especulações jornalisticas?
O homem tinha corrido, não tinha? O homem usava gabardina, não usava? Era escuro de pele, não era? Até estava, parecia, ilegal na Inglaterra!
E isto dos imigrantes ilegais por lá colhe que se farta!
Ah ! é verdade quem é que já viu um imigrante ilegal de olhos azuis num daqueles países da Commonwealth? Nunca houve disso. Só há em Dover e em Calais. Por vezes em contentores e todos com uma péssima cor de pele. É da alimentação!
2 comentários:
...pois...
Ao p da s:
Com um simples vestido preto, eu nunca me comprometo...
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