quinta-feira, novembro 12, 2009

A imaginação dos professores transformada em cruzada contra as paredes






Curiosamente uma das atoardas que a direita e os seus tamborzinhos andam a propalar seria a questão dos benefícios para as grandes empresas de obras públicas tornados possíveis pelo programa de recuperação e modernização do parque escolar em Portugal. A intenção é clara e faz parte da permanente campanha de descrédito contra tudo quanto seja obra do PS e de Sócrates.
Tudo lhes serve.
Mesmo as obras nas escolas e os novos equipamentos à disposição dos professores constituem motivo de chacota e de insinuações
torpes.
Nada os demove.
Nem percebem o ridículo de serem os professores a desdenhar da melhoria das suas próprias condições de trabalho.
Tal como meteram a ridículo o Magalhães e não houve defeito ou insinuação que lhe não colassem!
Se não era do cu, era das calças.
Agora é o parque escolar que serviria insondáveis e condenáveis desígnios.
Como compreender este oportunismo? Estarão de facto os professores a dar o flanco e a mostrar agora quais as suas verdadeiras preocupações?
Afinal quando se queixam de uma coisa é de outra que falam?
Quando dizem que a avaliação é burocrática de que estão a falar? Dos próprios que usando da faculdade dada pelo ME às Escolas de serem mais autónomas, usaram dessa prerrogativa para destruir a tal avaliação? Tornando-a uma baralhada de papeis a preencher? Mas os papeis vieram de onde? Foram fabricados ao abrigo de que determinação?
Por acaso não se implicam eles próprios, que não têm tempo para eles "pois passam o tempo em reuniões inúteis"?
Como estamos cansados de saber, o problema é tão só de + dinheiro e de menos trabalho! Mais faltas. Menos responsabilidade. Nada de hierarquia na EP. Ou de relação entre o trabalho e os resultados obtidos. No fundo, nenhuma avaliação.
E, se para tal, for preciso destruir a Escola pública qual o problema? Não fizeram uma greve aos exames um mês depois do anterior governo ter manifestado a intenção de regular a carreira docente?

E digo isto ressalvando evidentemente todos os bons e dignos professores que não se deixaram instrumentalizar e para quem a avaliação é não só precisa como indispensável. Para separar o trigo do joio.

Mas, voltando ao parque escolar ainda hoje no Jugular se pode apreciar como se desmonta rapidamente esta nova cruzada contra a renovação do Parque Escolar.
"O programa de modernização de escolas está, neste momento, a funcionar como um balão de oxigénio para muitas pequenas e médias empresas de construção que pesam, segundo as contas do Negócios, quase metade dos mais de mil milhões de euros que já foram colocados a concurso até agora (...) João Sintra Torres afirma que cada escola pode chegar a ter entre 50 e 80 empresas a trabalhar em várias actividades necessárias e que o programa deverá criar até 25 mil empresas (...) além dos "gigantes" Mota-Engil, Somague, Soares da Costa e Edifer, foram adjudicadas empreitadas a sociedade como a Patrícios, Edivisa, Ladário ou Cantinhos, entre muitas outras, que ganharam por vezes dezenas de milhões de euros em contratos (...)" (página 6 do Jornal de Negócios de 12 de Novembro de 2009)
(As imagens acima são da novíssima Escola das Índias em Vialonga, acabada de estrear, obra de raiz, do governo anterior, com condições dignas para alunos e professores e apenas comparável ao que de melhor se faz no Mundo. Com campo de jogos, com biblioteca, com cozinha e refeitório, com instalações sanitárias de luxo, com elevador para deficientes, aquecimento solar, banho quente, com equipamento adequado para as diversas idades, com jardim, zona coberta...E querem desmentir estas obras? estas enormes vantagens ? Preferiam a política do não-te-rales? Da permanente carência de meios que "justificavam" a sua incapacidade para ensinar? É que não há paciência!)



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