quarta-feira, abril 07, 2010

António Mexia sente-se marginalizado e com razão!

António, Tó, para alguns mais chegados, olhava preocupado para as crianças a brincar à beira da piscina com a última aquisição famíliar, : Um raríssimo poney escocês de cor e valor fulvos. Fruto de inseminação in-vitro, e longos anos de investigação nos melhores laboratórios dos estates.
Neste momento em que milhares de outros enfrentam a crise que se abate sobre a economia e que lhes reduz o pão na mesa, Tó não compreende o que se passa com ele e com a sua família, despojados da oportunidade de sairem à liça. Marginalizados!

"Isto não é justo", diz para si mesmo o insuspeito CEO da EDP, "Toda a gente está mais do que ralada com o futuro e gritam bem alto a sua insatisfação e revolta, enquanto eu não participo nem um bocadinho nisso!"

"Where is my share?"

Um pouco mais ao longe, a sua atenção é atraída para a azáfama dos trabalhadores italianos a instalar a nova aquisição destinada a entreter os convidados nas noites culturais: Uma belíssima cascata em mármore rosa, com efeitos acústicos especiais, e calmantes do stress. Tó suspira então e murmura para os seus botões Armani : " Isto é como se a gente não existisse!"


De acordo com o esforçado CEO, anual e repetidamente milionário, esta crise mostra-se incrivelmente difícil de suportar, uma vez que ele e mais uma meia dúzia, têm sido completamente excluídos das preocupações da populaça, obrigada a deambular entre os centros de emprego e as filas de espera por melhores dias!
Tó, que olha desesperado para os seus enormes rendimentos, que protegidos de qualquer sobressalto, o impedem de "participar" deste momento de enorme responsabilidade social, com milhares de famílias de desempregados e com rendimentos mínimos!
"Está toda a gente a sofrer horrores", diz Tó, "e aqui fico eu, a vê-los a viver intensamente, "de subsídios cada vez mais reduzidos, chapa ganha-chapa gasta! E eu? Onde está a minha luta, o meu terreiro de combate?"
"Toda a gente tem direito ao seu quinhão de ralações de medos, de incertezas" E eu? Nada?"

"É doloroso sentirmo-nos excluídos!"

( adaptação livre daqui )

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