quinta-feira, junho 03, 2010

Posso gabar-me? Lembrar um pouco da História dos últimos momentos do colonialismo?

Tive a imensa sorte de conhecer o Almirante Rosa Coutinho e de perceber a dimensão do Homem, do militar absolutamente sem medo, do seu imenso portuguesismo e inteligência capaz de separar o trigo do joio, os nacionalistas angolanos e os agentes do neo-colonialismo belga e sul-africano.
Lembro apenas a completamente esquecida operação militar, talvez a última digna desse nome, de um punhado de fuzileiros que, sem disparar uma bala ( coisa que quase não tinham, diga-se de passagem...), num golpe de mestre, nas matas de Nambuangongo, que ele planeou e ordenou e que teve como resultado o aprisionamento da direcção de um exército de Mobutu que se dirigia para Luanda...para colocar no poder a FNLA, a UPA e o Holden Roberto.
Os fuzileiros portugueses entraram no acampamento inimigo, na calada da noite, e fizeram prisioneiros todos os oficiais do inimigo.
Pela manhã, obrigaram-nos a ordenar às sua "tropas" que voltassem para trás e regressassem ao Congo. Só dias depois os libertaram, na certeza da retirada do tal exército...
Angola deve a Rosa Coutinho e a umas dezenas de fuzileiros disciplinados e bem comandados, o facto de não ter sido dividida em 1975, entre o Mobutu, o apartheid sul-africano e os seus mercenários no terreno.
De salientar que Rosa Coutinho tinha, à data, apenas aqueles fuzileiros como tropa fiel e disciplinada para se defender a si próprio e a...Angola.
Todo o restante exército no terreno estava desorganizado, sem comando e em debandada...

2 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Mais do que memórias suas, acaba de produzir um documento histórico.

Não sei se o programa de Joaquim Furtado irá tão longe... Tenho essa esperança. Já lhe devemos (ao JF) alguns programas contra a corrente da informação saudosista e poluidora dos factos. Destaco a "denúncia" dos acordos tácitos e até formais entre o Exército Português e a UNITA no que toca a unir esforços para combater o MPLA.

Bom post. Justíssima homenagem ao Almirante Rosa Coutinho.

Abraço

MFerrer disse...

Obrigado.
Mas os Homens que têm a particularidade de deixarem obra, só devem ser lembrados por ela.
Os elogios são redundantes.
Cumps.