Zarpámos finalmente. O ferro não queria ser içado. Levou o seu tempo. Mas aqui vamos, mar adentro, e já não há muita terra à vista. Temos é que nos concentrar na nossa navegação. Evitar escolhos. Bolinar. Escolher ventos. Procurar marés. E sobretudo, seguir o plano de viagem.
Ao contrário do que estava em uso até há pouco, não houve missa de despedida. Achei que não carecia. Ainda me lembro dos últimos que até levaram dois bispos a bordo e aquilo deu para o torto. Era o Timor. Bateram de frente. Com mar chão! Deviam estar distraídos com algum sermão, uma catequese, um responso. Coisas da vida.
Pouco se salvou do Timor. Tinham até organizado umas eleições para saber quem mandaria. Qual o rumo. E zás! De cabeça para baixo. Mar em volta. Muitos já sem vontade de se salvarem e aos seus. Vai é de se desenrascarem, os mais afoitos. O mar tudo invadiu. Os livros escritos, poucos, foram levados com as ondas. Qual eleições, qual nada. Cada um por si. Os santinhos, esses boiaram, que eram de pau. O resto afundou.
Não foi por falta de missas. Terá sido por excesso? Que digo !?
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