sábado, novembro 29, 2008

Dá ideia que a agitpro da Fenprof /PCP já está a dar resultados.
Em Gondomar os alunos, acabados os ovos, passaram à agressão física dos professores.
Será uma dessas escolas onde os alunos do 9º ano não sabem ler nem escrever?
Ou é já o reflexo dos exemplos que os jovens copiam?
É que a Srª. professora que ontem levou umas estaladas e uns socos, devidamente acompanhados de insultos em vernáculo, muito provavelmente, tem andado a insultar a Ministra da Educação e a promover a avicultura da arruaça....
Estes professores vão levar os seus protestos tão longe quanto as suas caras aguentarem as estaladas que os alunos lhes vão dar...
Quem não se dá ao respeito não costuma ser respeitado!
Cheguem-lhes, carago!
Adenda

sexta-feira, novembro 28, 2008

quinta-feira, novembro 27, 2008

Entradas de leão...

Pois parece que amanhã a tal plataforma sindical não vai levar ao Ministério da Educação qualquer proposta alternativa de avaliação...
Parece que não conseguiram arranjar coisa que se mantivesse de pé...tal como os sacos cheios de coisa nenhuma!
E nos blogs da direita trauliteira, em vez de discutir argumentos o que fazem é arruaças e insultos. Agora parece que já não se pode estar de acordo com a Ministra da Educação sem ser insultado e comparado a pides...
Agora trabalhar em prol dos alunos e da Escola Pública , está quieto!
Apenas querem acabar com o ECD. Só e apenas!

As Praças Financeiras e as taxas bancárias

Para além de Frankfurt, de Tóquio e de NY, fomos hoje informados sobre a relevância de Fornos de Algodres e de Aguiar da Beira no mapa das Grandes Praças Financeiras.
Este País é surpreendente. Qual crise, qual quê!
Todavia, vou continuar a perguntar atá que o teclado me doa:
Qual a taxa de remuneração recebida por Cavaco Silva na conta que lá manteve? E as contas da família mais próxima?

Eu não dizia que os professores apenas pretendem manter a Escola como está,o permanente regabofe e

Eu não dizia que o que eles queriam era só progressão na carreira , quaisquer que fossem os resultados do seu"trabalho" ?
Diz o inefável Guinote:
1) Suspender a aplicação das grelhas propostas pelo Ministério, assim como o seu elenco de parâmetros, e substituí-las pela apresentação de apenas quatro documentos:
- A definição (o mais rapidamente possível) de um plano de trabalho pelo avaliado para o ano lectivo, contemplando as actividades a desenvolver, de acordo com o PAA e o PE do seu estabelecimento de ensino, assim como uma projecção dos objectivos a atingir pelas suas turmas.
- A apresentação no final de um portefolio com os materiais produzidos ao longo do ano lectivo.
- O preenchimento (no final do ano lectivo) de uma ficha de auto-avaliação por parte do avaliado, em que proceda a uma análise crítica da concretização do plano de trabalho incialmente definido.
- O preenchimento de uma ficha de hetero-avaliação por parte do coordenador de departamento ou outro avaliador, assim como principal responsável pelo órgão de gestão (será já o Director Executivo?).
2) Traçar o perfil para a atribuição de três classificações-base (Insuficiente, Bom, Excelente), sem um sistema de quotas rígido e sem que, neste ciclo de avaliação, as bonificações fossem contabilizadas para efeitos de concurso.
Também deveria ser abolida a obrigatoriedade dos 100% de aulas dadas para a obtenção da menção de Excelente, a qual deveria resultar mais de critérios de mérito científico-pedagógico do que de aspectos administrativo-burocráticos. Valorizar a promoção e dinamização de projectos de tipo extra-curricular que funcionem de forma efectiva e mobilizem alunos em risco educacional ou envolvam a comunidade educativa.
Isto significaria deslocar a avaliação do desempenho principalmente para a componente científico-pedagógica e combater todo o aparato burocrático grelhador do projecto do Ministério.
....................
E isto ainda é apenas um rascunho, dizem eles....
Agora descobriram esta do portfolio.
À semelhança da que fizeram para vender explicações on-line, era de montar para já outra empresa on-line de produção de Portfólios para todos os gostos, dimensões e bolsas...Havia de ser bonito!

terça-feira, novembro 25, 2008

O que os próprios activistas pensam dos outros professores!

Este é que é o problema.
Qual avaliação, qual quê!
O que eles não querem é ouvir falar de Carreira Docente.

São aos milhares os descontentes com a Ministra! Felizmente a FenProf e os seus aliados conseguem representá-los condignamente!

Vídeo acabado de colher da Câmara Corporativa, com tristeza...
Percebe-se bem a qualidade do ensino ministrado a estes jovens e o que deles podemos esperar.
Vão, vão por aí senhores professores que um dia eles vos ensinarão alguma coisa!

Que belo par de coices !

In O Jumento com uma especial saudação!:

"Por aquilo que se vai vendo e ouvindo temos de concluir que todos os professores eram exemplares, que quando não havia a burocracia da avaliação todos tinham tempo para preparar bem as aulas, o absentismo era quase nulo, as escolas eram geridas exemplarmente. A “escola pública” era um modelo de virtudes que a Lurdes veio estragar. A progressão nas carreiras era mais estimulante quando era automática, a avaliação era bem feita quando não existia, as aulas de substituição não eram necessárias porque ninguém faltava, a “escola pública” era um modelo para o mundo.
Apetece-me perguntar onde estão (ou estavam) os defensores da “escola pública”:
Quando professores do ensino público vão a correr para casa ganhar pequenas fortunas (livres de impostos) em explicações dadas aos mesmos alunos que são mal sucedidos na mesma “escola pública” onde os seus “explicadores” dão aulas?
Quando em muitas escolas é necessário meter cunhas para que os filhos não vão parar a turmas de repetentes.
Quando muitos professores só vão ler o nome dos seus alunos no dia da “apresentação” sem que antes, apesar dos meses de férias se tenham interessado pelo currículo escolar desses alunos.
Quando se organizam turmas a pensar nos horários dos amigos dos conselhos directivos que ficam as melhores horas e os melhores alunos, deixando as turmas dos “repetentes” a professores menos experientes que caíram de pára-quedas.
Quando se faltavam semanas usando a lei que permitia entregar o atestado até vários dias depois da primeira falta para que esse atestado nunca chegasse a ser verificado por um médico.Quando os artigos 4.º (os tais que foram introduzidos em Portugal para permitir às mulheres faltar nos dias mais complicados do período menstrual).
Quando professores com o 7.º ano antigo receberam um curso de faz de conta para serem equiparados aos professores licenciados e atingirem rapidamente o topo da carreira, algo que para muitos funcionários públicos exige concursos com prestação de provas e nem sempre há vagas.
Quando se instalou na sociedade portuguesa a ideia de que a vantagem de ser professor era permitir cuidar melhor dos filhos ou ter uma segunda actividade, explicações, pequenos comércios, empresas de contabilidades, etc., etc..
Onde estavam os defensores da escola pública quando, durante décadas, a qualidade do nosso ensino era inaceitavelmente baixo?
Não tenho a mais pequena dúvida de que os professores não são nem melhores, nem piores do que os outros grupos profissionais, que há uma maioria de bons profissionais, só não entendo porque razão as escolas deverão ser um mundo à parte, gerido por e em função dos interesses privados de um grupo profissional que, recebendo ordenados pagos pelos contribuintes, acha que nenhum governo pode adoptar medidas que os prejudiquem nos seus interesses privados.
É evidente que os professores não são contra as aulas de substituição ainda que nunca as tenham proposto, são defensores da avaliação ainda que nunca a tenham defendido, agora que foi proposta uma mudança na escola os defensores da “escola pública”, com Mário Nogueira à frente têm soluções para todos os males.
Os defensores da “escola pública” até poderão levar avante a sua chantagem sobre a democracia, impondo a “maioria absoluta” das ruas, mas dificilmente poderão recuperar a credibilidade perdida quando alguns dos seus não hesitaram em aplaudir e elogiar os pirralhos que alguém mandou atirar ovos e tomates aos que são detestados pelos defensores da “escola pública”, ou quando outros que educam os portugueses se referem a governantes por “gajos” e “gajas”.
Talvez seja tempo de dizer a Mário Nogueira e outros auto-intitulados defensores da “escola pública” que a defesa da escola pública cabe a todos os portugueses, aos pais, aos alunos e aos professores, e até aos que não pertencendo a este grupo têm este direito e dever de cidadania. É preciso dizer a estes defensores profissionais da “escola pública” que a defesa desta começa pela sua qualidade e não pelo bem-estar de um grupo profissional.
A defesa de uma escola pública é de todos os cidadãos, até dos muitos que optam por pagar fortunas para colocar os filhos em escolas privadas, assegurando-lhes um ensino com a qualidade que estes defensores oportunistas da “escola pública” nunca defenderam.
Todos os professores estão de acordo com a manutenção da “escola pública” tal como estava? É uma opção deles, mas essa unanimidade não os torna accionistas maioritários da escola pública por isso mesmo, porque a escola é pública e em democracia a coisa pública é gerida pelo Estado, pelo menos enquanto não regressarmos ao corporativismo.
Muitos professores votaram PS e estão desiludidos porque o governo não os tratou como cidadãos de primeira, reservando as medidas difíceis para quem votou nos outros partidos? Então façam como os portugueses que estão descontentes, nas próximas eleições votem no Paulo Portas, na Ferreira Leite, no Louça ou no Jerónimo de Sousa, dêem a maioria absoluta ao partido do Mário Nogueira, vão então ver qual é a maioria que conta, se a dos eleitores ou a do CC do partido, estou certo de que o Jerónimo de Sousa não só voltará a pôr tudo como estava como, ainda por cima, lhes vai instalar uma colónia balnear na praia da Messejana."

A Direita tem maus fígados!

A direita trauliteira não é só desmiolada. Tem maus fígados.
Se as eleições na Venezuela dão vitórias a Chávez, é o horror, a manipulação, a tortura da democracia.
Mas, como este fim de semana, o Chávez perdeu uma data de cidades e bairros importantes, isto é a vitória da democracia.
É o que se chama uma democracia anti-chavista: Qualquer que seja o resultado de eleições democráticas, é a democracia que está em perigo, no País da américa do Sul onde houve mais eleições nos últimos 4 anos!
E, nos intervalos das eleições, gritam e barafustam que ali está um ditador a preparar as próximas eleições!
Esta direita portuguesa está para a democracia, como o óleo de fígado de bacalhau, para os enjoos das meninas grávidas.

Certidões de credibilidade e de falsidade?

Colocando-se na posição de notário, Cavaco Silva acaba de passar um atestado, uma Certidão de Credibilidade a Dias Loureiro e uma outra menos meritória, a de Falsidade a António Marta do Banco de Portugal onde, ele próprio Cavaco Silva, trabalhou vários anos.
Não está aqui a ponta de um "piqueno problema"?
Mais informou o PR que tem a máxima confiança em Dias Loureiro.
Agora, com esta adopção pública, vai ficar agarrado ao seu futuro.
Que necessidade haveria para tal coisa ?
É que ainda ontem declarou que não fazia comentários públicos sobre os membros do CE..., e hoje é o que se vê!

Já não era sem tempo que se fazia cumprir a Lei!

Via TSF
DREN admite avançar com processos disciplinares contra professores

Se houver professores que pressionem colegas a boicotar o processo de avaliação de desempenho, a Direcção Regional da Educação do Norte (DREN) garante que será inflexível e que avançará com processos disciplinares contra estes docentes.

Directora Regional da Educação do Norte admite avançar com processos disciplinares contra professores que boicotem o processo de avaliação
Margarida Moreira adianta que o Ministério da Educação colocou on-line uma plataforma onde os professores podem registar os objectivos individuais

A Directora Regional da Educação do Norte ameaça avançar com processos disciplinares sobre todos os professores que pressionem colegas a boicotar o processo de avaliação.
No dia em que os docentes retomam os protestos contra o modelo proposto pelo Ministério da Educação, Margarida Moreira garante, em declarações à TSF, que se o detectar não hesitará um minuto em mover contra eles um processo disciplinar.
«Serei inflexível, se for uma situação de coação, actuarei disciplinarmente se necessário for», adianta Margarida Moreira, acrescentando que aposta no diálogo, mesmo nas situações que lhe parecem «completamente inaceitáveis».
«Por exemplo, ontem dediquei o dia a resolver situações destas, a dizer aos professores que é melhor não irem por aí, os ânimos às vezes estão quentes e arrefecê-los é o suficiente», acrescenta.
A responsável afirma ainda que já foi tomada uma medida para evitar que os professores possam boicotar o processo de avaliação.
«Uma das coisas mais criticadas nos últimos dias foi o aparecimento on-line por parte do Ministério da Educação de uma plataforma para que quem voluntariamente assim o quisesse colocasse os objectivos individuais, o que foi considerado terrível e uma forma de pressão. Quero esclarecer que esta situação surgiu porque muitos professores quiseram entregar os objectivos e tiveram outros colegas a dizer que não os recebiam», adianta Margarida Moreira.

Todos iguais ?

Ouvi mal, ou o PR afirmou que todos os Conselheiros de Estado lhe merecem a mesma consideração?
A mesma ?


Alberto João Jardim, a mesma que Mário Soares ?

Dias Loureiro, a mesma que Ramalho Eanes ?

Marcelo Rebelo de Sousa, a mesma que Jorge Sampaio ?

Já percebi agora o que quer dizer consideração.

segunda-feira, novembro 24, 2008

Se me é permitido, prefiro não saber dos DOs do PR

É que me estou mesmo nas tintas para a quantidade de dinheiro que o PR tem em cada uma das suas contas DO e DP e PQP.
Já o mesmo desinteresse não manifesto quanto à taxa de remuneração percebida por Sua Excelência na continha que teve no BPN e que mandou cautelarmente encerrar em 2003!
Qual a taxa que recebia?
E, já agora , porque mandou encerrar essa e não outras? Fez pim-pam-pum!?
É que o meu amigo René van Kopenholle recusou uma proposta para receber um tanto na conta e outro tanto em notas vivas ( como se diz, credo!), por baixo do balcão!
O PR que mostre, já que veio bancar o intocável, que mostre, a remuneração efectiva dos seus depósitos . O resto são tretas para enganar meninos da escola primária!
Estou farto de gente ofendida que nem citada tinha sido!
Pois o Governo que use da sua influência para indagar deste aspecto, muito embora os respectivos registos terem sido enviados para o caixote do lixo, faz tempo!
Este país está uma lástima!
Não há prancha de saltos, basculante - último modelo instalado - que aguente este trânsito!
Os apaniguados do PC que exigem serem parceiros sociais e participar na democracia.
A pior escumalha, do pior que os cemitérios ainda têm para enterrar!

In O país Relativo:

"Declarações de Mário Nogueira, um dirigente sindical moderado e aberto à negociação alguns meses antes de ser líder da FENPROF."

Declarações de Mário Nogueira

Com gente desta e com este nível de relacionamento, quem é o arrogante, o ordinário, aquele que precisa de educação como de pão para a boca?


domingo, novembro 23, 2008

A Fenprof também domestica criancinhas







No centro das preocupações dos educadores e professores


Cuba, quero conhecer-te melhor
Concurso
Tem como 1º prémio, para o nível etário 14 aos 18, uma viagem e estadia em Cuba, em Maio, num encontro de jovens criadores.
Convocado pela Embaixada de Cuba em Portugal e anunciado no Jornal da FENPROF nº 226, Junho de 2008, este concurso alarga o prazo de entrega dos trabalhos até 22 de Dezembro, dando assim possibilidades de mais tempo de pesquisas, designadamente para os trabalhos de texto e investigação do tema escolhido. Os resultados serão conhecidos em Janeiro de 2009.
Relembro que este concurso é dirigido a crianças e jovens contemplando os seguintes níveis etários:
Dos 5 aos 9 anos
Dos 10 aos 13 anos
Dos 14 aos 18 anos
Cada concorrente deverá participar numa das seguintes temáticas:
Triunfo da Revolução Cubana – 1 de Janeiro de 1959
Ernesto Che Guevara (Guerrilheiro Heróico)
Os 5 heróis (jovens lutadores anti-terroristas, prisioneiros nos EUA hoje)
José Marti (Herói, ideólogo e poeta de Cuba)10 de Outubro, início da 1ª guerra de independência de Cuba.
............
Estes nossos professores que não querem ser avaliados, não querem hierarquias, nem Estatuto dos Alunos, ou da Carreira Docente, andam metidos e metidos no bolso daqueles que profundamente os desprezam e que na primeira ocasião lhes farão a cama.
Estes nossos professores na ânsia de continuar a ser uma classe de irresponsáveis funcionários não desdenham destas companhias saídos dum Museu de História, produto da manipulação e dos amanhãs que cantariam.
Estes nossos professores não fazem a mais leve ideia de com quem andam metidos....
Mas nós sabemos bem a que influências é que os jovens estão sujeitos.
Duvido é que os pais conheçam estas realidades.

A caminho do Estado Corporativo?

De regresso ao passado?
- A corporação dos Juizes declara que as Leis têm de ser feitas com eles.
- MFLeite afirma que não é possível fazer reformas no Estado que afectem as corporações a que chamou eufemisticamente de os "profissionais", o que ainda melhor subdivide e esclarece.
- O PR do alto da sua coragem, vem admoestar quem governa, a favor da tropa e dos seus interesses
- O mesmo PR sai em protecção dos professores e pede calma, tanto lhe faz que as Leis que promulga sejam ou não sejam acatadas.
- A Fenprof recusa a aplicação das Leis e paralisa a Educação ameaçando com o tudo ou o nada
- Hoje ameaça que vai apresentar alternativa "às diversas Leis da República" e que a Ministra tem que se demitir. Perceberam? A Feneprof vai apresentar um ultimatum ao ME!
- Chantageiam o ME organizando arruaças com crianças que nada sabem do que se passa, ou dos interesses em jogo. As mesmas crianças que estes estupores chumbam cada ano, tranquilamente, até ao total de 50%, em 8 ou 9 anos de escolaridade.
- Digamos que o poder do Estado está seriamente afectado pelas corporações mais activas e influentes, leia-se mais dispendiosas.
Ao Governo de maioria socialista que implementou dezenas de mudanças, que protegeu como nenhum outro, os mais fracos e os mais pobres, que aposta na Educação e nas Novas Tecnologias, nas Obras Públicas e no investimento público-privado, que realizou o mais importante investimento, de sempre, por aluno, e que implementou contra todas as más vontades e interesses corporativos as aulas de substituição, a Escola a tempo inteiro, a fixação dos professores e a Autonomia das Escolas como nunca se sonhou poder um dia ver em Portugal, vê-se confrontado com o súbito poder, a indisciplina pública e o confronto das corporações mais reaccionárias.
- Os professores
- A tropa
- Os Juizes
- A maioria da Imprensa e da TV
- Os médicos, os enfermeiros e os farmaceuticos

Estamos portanto em roda-livre, em auto-gestão corporativa e mergulhados na maior crise pós 25 de Abril.
Que pode o Governo e o PS fazer?
- Prosseguir com reformas e vê-las não serem acatadas?
- Assistir à insoburdinação de crianças e de professores ordinários e calões?
- Continuar a fazer que não ouve os insultos que chegam até dos Srs. Juizes e ter de os aplaudir para bem da pátria?
Ou, simplesmente exigir respeito, colocar o poder nas mãos da constituição e devolver o poder a elições que sejam esclarecedoras.
O povo português até pode votar no PC e colocá-lo no poder, mais a Fenprof e o BE. Até pode isso, e muito mais.
O que o PS não pode, é aturar esta merda!
Nós não podemos aturar outro Estado corporativo, atrasado, reaccionário, populista e, finalmente, inviável !
O PS que se demita e convoque a consulta pública, ou vamos todos para o fundo!

sábado, novembro 22, 2008

Diálogo num dia de Primavera

A secretária:
- Está ali o Dr. Loureiro que precisa de falar com o Sr. Dr.
- O Dr. Loureiro do BPN? Pois que ente, que entre.
A secretária:
- Faça favor Sr. Dr., o DR. António Marta vai já recebê-lo. Quer um cafezinho? Água? Prefere com gelo?
- Não se incomode que isto vai ser rápido.
- Disponha Sr. Dr., fechando a porta.
Dias Loureiro:
- Bom dia António Marta, como está? Bem? Já agora obrigado por me receber assim sem ter marcado nada. Isto foi um impulso, meu caro.
- De nada Manuel Loureiro, estou sempre ao dispôr.Vamos sentar ali no sofá que estas cadeiras de braços cá do Banco já foram mais cómodas...Levanta-se e com a mão sobre o ombro do amigo, dirigem-se para os sofás cacabados de estrear. Pele italiana, pensou o visitante.
E traçando a perna, o Dr Marta:
- O que é que o traz por cá? Posso insistir num café?
- Café? É boa ideia, agora só tomo da parte da manhã e como nunca consigo chegar muito cedo ao Banco...
Para o inter-comunicador.
- Oh, D. Guida traga-nos dois cafés, e levantado os olhos do inter-comunicador, e então diga lá?
- Pois é, meu caro, resolvi cá vir para um desabafo.
Os olhos e o queixo do Dr. Marta acenaram-lhe uma ajuda,um incentivo.
- É que ando moído de ralações.
- Não me diga, nada de saúde espero?
- Não, nada disso felizmente, é mais a situação lá do Banco.
- Sim...
- Gostava de saber se o BdP já tem os nossos últimos reports?
- Temos o que nos mandou. O habitual. Mas sempre pergunto. Há algum problema?
- Não, não. não é isso. Não há nada! É mais a minha personalidade ansiosa que me prega partidas. E queria vir cá para lhe garantir que estamos com um desenvolvimento muito interessante, quer nos activos de curto prazo, quer nas perspectivas na Argélia. E, sabe, à medida que vejo estes desenvolvimentos, e dentro da maior clareza, acho que o BdP podia querer ter um conhecimento em tempo real destas coisas. É que não sei se sabe, e sentou-se mais na beirinha do sofá, eu tenho lá umas acções, coisa de família...e não sei se um dia não volto à política...
- Claro, claro, fico-lhe grato. Se por um lado gosto de saber como vão as coisas - ora aí estão os cafezinhos, com adoçante, como eu? - Pode deixar D. Guida, que nós próprios mexemos.
- Os jornais do Sr. Dr. já estão na sua secretária...
- Pois, pois, pode deixar. Onde é que íamos?
- Como vão as coisas lá no Banco...
- Claro, na Argélia suponho é mais chá? Aqueles árabes...
- E tendo lá aquele dinheiro da família, sabe como é, agora todos se preocupam com rentabilidades...
- Mas sobre esse aspecto o que tenho sabido é que vcs lá no banco conseguem belas taxas de remuneração...a família só pode estar grata...LOLOLOL
- Isso é verdade, mas o que me preocupa mesmo era saber se por acaso está prevista alguma supervisão, que queria, como dizer, estar preparado com todos os dossiers...nunca se sabe quando se deve voltar à política... e entretanto queria garantir-lhe comigo lá, tudo é escrutinado e nada passa sem o meu visto que não quero que um dia as pess...
-Não se preocupe meu caro,(cortando-lhe a palavra!) nós estamos aqui com funções de supervisão mas também de acompanhamento. E ainda há pouco despachei qualquer coisa sobre o BPN, sobre aquela compra no Zimbabwe, era no Zimbabbwe não era? Ou em Cabo Verde? Olhe, já não sei, isto é uma roda viva!
- E deixou arrefecer o café. Quer outro? Não?
- O que queria mesmo era que não ficassem quaisquer dúvidas que tudo está a correr pelo melhor e que os investimentos que fizemos vão começar a pagar uns dividendos que parecem a árvore das patacas; Sorriso largo e quase fixo.
- Fico-lhe agradecido, e se toda a gente procedesse desta maneira tirava-nos imenso trabalho e precupações. Pois também aproveito para lhe dizer quanto apreciamos a sua visita e sempre que tiver necessidade, já sabe, esta também é a sua casa.
- Oh meu caro, é bondade sua, não calcula como vou mais aliviado. Posso pedir à sua secretária para marcarmos um almocinho? No Tavares não, que aquilo já não é como era.
- Isso e verdade, esteja à vontade. Marque. marque.
A mesma mão nas costas até à porta, a mesma D. Guida dos cafés frios, do decote fundo, e da promessa da água com gelo. Um aceno final, as escadas de mármore rosa, a porta da rua, e que bela que é esta cidade pombalina!
Fim!
Há os que fazem as reformas necessárias e há os que esperam por milagres

Juízes devem ser respeitados e ouvidos pelos políticos, defende Cavaco

Segundo informa TSF, Cavaco Silva enviou uma mensagem , aliás uma cereja em cima do bolo, como diz a jornalista:
O Congresso dos Juízes começou, na passada quinta-feira, na Póvoa de Varzim, com uma mensagem do Presidente da República, Cavaco Silva, que afirmou que os juízes devem ser respeitados e ouvidos pelo poder político antes de serem feitas alterações legislativas.
Mas em que que é que esta mensagem difere daquela outra que dizia que "não acredito em reformas em democracia"? ou do seu corolário, " não se podem fazer reformas contra as corporações, contra os interesses dos médicos ou dos juizes"?
Tal como ontem Fernando Rosas disse exactamente o mesmo na SiC-N, em relação aos professores, e "no passa nada".
Então sobre que factos, com que "produção" é que o legislador, Fernando Rosas incluído, justifica a sua presença na AR, e o grosso molho de notas que recebem todos os meses dos contribuintes?
Fernando Rosas e o Sr. Cavaco?
Se não é para reformar, pois reformem-se lá!
Manuel Dias Loureiro parece ser um homem inocente!
Conselheiro de Estado e inocente.
E quanto mais conselhos der, mais inocente.
Ainda arrisca a Opus-Dei. Ah! isso já tem? Bom , então, ao menos, disso está livre !
Não sei se também é professor - são quase todos no intervalo dos Ministérios - mas se é, é inocente. Não é dos outros que andam aos gritos pelas ruas! Não senhor!
Só espíritos que eu detesto, e quero ver longe da minha amurada é que pensam diferentemente.
Vejam!:
O homem, que tinha as suas economias de dois anos de trabalho ressuado investidas no BPN, até se tirou de cuidados e diz ter ido falar ao BdP com outro senhor que conhecia e a quem foi dizer que de nada suspeitava sobre a cândida administração a que pertencia, lá para os lados de um dos seus empregos. Certo, era um bocado de dinheiro, mas estava de certeza em excelentes bolsos.
Ainda não perceberam o nível de inocência? Vou explicar melhor. Devagarinho.
Foi lá dizer, como na anedota, que não contassem com ele para denunciar fosse o que fosse. Tal como ontem, garantiu a honestidade e atestou a dignidade do tal Costa que ficou em prisão preventiva...
O Manuel Dias Loureiro não é cá dessas coisas. O que tem a dizer, di-lo!
O Manel é um homem inocente.
O que é que deve fazer uma pessoa , um empregado de topo, um administrador de bancos e de "Holdings" que tem a certeza que nada de grave se passa no seu banco? Vá digam-me!
Vocês que sempre me explicam como é a vida, agora digam-me!
Digam-me como é que um Conselheiro de Estado, que tem a certezinha absoluta que todas as contas que viu , escrutinou e assinou, estavam mais certas que a morte e os impostos, digam-me lá se não deve ir de imediato ao BdP e falar com o responsável da supervisão bancária e garantir-lhe do seu sono tranquilo? Só pode!
Aliás, é ir ao BdP e ver a fila de outros administradores, claro, uns mais inocentes que outros, que lá vão, insistir e jurar que nos bancos deles a coisa não podia estar mais risonha.
Manuel Dias Loureiro pode estar descansado, cumpriu o seu dever e é um homem inocente!
A propósito, terminou aqui há pouco, uma RGE ( Reunião Geral de Embarcadiços, para quem ainda não conhece os termos marítimo-sindicais), em que determinaram o reforço da nossa prancha de saltos a estibordo, que andava a ficar um bocado gasta com tanto tráfego. Ou tráfico?
Já não sei!
O que sei é que Manuel Dias Loureiro é um homem inocente.

quinta-feira, novembro 20, 2008

Vale a pena lutar!

Pode parecer uma provocação e é-o, de facto.
A luta levada a cabo pela Ministra da Educação ao longo destes últimos dias, a sua capacidade para explicar, para argumentar, e para ao mesmo tempo lutar por uma Escola Pública mais forte e que melhor sirva os portugueses, não está ao alcance de qualquer um.
E muito menos de qualquer uma.
A sua fibra não desmerece dos seus objectivos
A duríssima prova que constituiram estes três últimos dias de trabalho sério e de serviço ao País só pode ser motivo de grande aplauso e do respeito dos portugueses.
E terminou a Grande Entrevista com a Judite de Sousa, que roçou um julgamento de um celerado, e terminou, dizendo que considera apenas que esta fase, esta luta, está longe de ter terminado. e que vale a pena lutar!
Vale a pena lutar quando se tem a certeza da própria honestidade e do caminho traçado, mesmo quando é estreito e está armadilhado.
Força, Srª Ministra, vai colher muitos apoios essa sua determinação e coragem!

Bom, parece que afinal um já foi preso. Agora que fale !

Segundo o Público on-line:
José Oliveira e Costa detido por suspeita de burla agravada e fraude fiscal
José Oliveira Costa, fundador do grupo Sociedade Lusa de Negócios, que integra o BPN, foi detido hoje na sequência de duas buscas domiciliárias feitas a uma quinta que possui na zona do Cartaxo e a uma residência em Lisboa, por suspeita de burla agravada, falsificação de documentos, fraude fiscal e branquemento de capitais numa das investigações pendentes no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).

Também informa que Manuela Ferreira leite o que quer é um Inquérito Parlamentar. Dá-me ideia de que têm resolvido muita coisa e de forma ágil! Parece-me mais uma excelente ideia !
A semana está a correr-lhe de feição!

Agora uma coisa completamente diferente: A Livraria Byblos encerrou hoje sem mais aquelas !

Dando andamento ao que Manuela Ferreira Leite exigiu há dois dias, os donos da Livraria Byblos simplesmente encerraram hoje a empresa e enviaram todo o contencioso i.e., dívidas a SS, Finanças, Fornecedores e Trabalhadores para as mãos do Tribunal de Falências.
Fontes bem informadas confidenciaram-nos que aguardam agora o tal subsídio e apoio psicológico prometida pela lider do PSD aos donos das empresas que encerrem.
Parece-me bem, como início de campanha eleitoral.
O PR deve estar todo contente com os efeitos conseguidos por MFL em apenas dois dias!

O SPGL a intimidar os professores

O SPGL está a enviar a todos os professores de quem possui ( como?) o endereço de email, o seguinte texto:

E depois os jornais vêm dizer que é o Ministério da Educação que anda a pressionar os professores convidando-os a enviar os seus objectivos individuais via internet...

Em Portugal os professores andavam todos satisfeitos, não era? Só o País é que não saía da cepa torta!

Até serem confrontados com a necessidade de olharem a Escola Pública, de se responbsabilizarem junto da sociedade, dos pais e do Estado, pelos resultados que por acaso eram os piores de toda a UE, os nossos professores andavam todos contentes. A "avaliação" do seu desempenho nada tinha a ver com resultados, até era inversamente aplicada: Quanto piores os resultados, mais e melhores condições tinham de salário, de proximidade, de formação, de horários reduzidos, de regime de faltas, etc. Numa palavra , de carreira!
E isto quando apenas estamos a discutir o percurso dos alunos até ao 9º ano!
Se o discutirmos o assunto, e se compararmos os investimentos até às licenciaturas, então, a par de um tremendo susto, vamos ter muitos mais professores nas ruas a clamar contra as investidas do Governo e a pedir a queda de todo ele.
Esta é a realiade de um País consecutivamente adiado e que não tem brio nem vergonha na cara.
É ver o que se passa em Espanha , mas já ao nível das preocupações sobre o Ensino superior e profissional:
In 20 minutos:
Gobierno y Comunidades Autónomas aprobaron este jueves un paquete de doce medidas para reducir el abandono escolar a la mitad antes de que termine el año 2012.
"España necesita que, de aquí a 2012, que 570.000 jóvenes más estudien más allá de la educación obligatoria para que tengan un futuro más próspero y para acercarnos a la media de los países europeos", dijo la ministra de Educación, Política Social y Deporte, Mercedes Cabrera.
España necesita que 570.000 jóvenes más estudien más allá de la educación obligatoria
El ministerio tiene previsto destinar 121 millones de euros en 2009 para rebajar las cifras actuales, que indican que el 31% de los jóvenes españoles entre 18 y 24 años no sigue estudiando más allá de la educación obligatoria, frente al 14,8% de la UE 27. La ministra ha pedido a los consejeros que fijen objetivos de reducción del abandono en cada uno de sus territorios.
La primera acción será aumentar la oferta de plazas de Programas de Cualificación Profesional Inicial (PCPI, dirigidos a que mayores de 16 que no tienen la ESO aprendan una profesión en lugar de abandonar. Además, las comunidades aumentarán la oferta de enseñanzas de formación profesional de grado medio, de artes plásticas y diseño y de enseñanzas deportivas.
Una educación personalizada y apoyo a las familias
Según informa el ministerio en una nota de prensa informativa, se desarrollarán programas de formación del profesorado sobre técnicas de aprovechamiento del potencial de los alumnos, así como técnicas de diagnóstico precoz de las dificultades, atención educativa y seguimiento de estudiantes en riesgo de abandono educativo temprano.
Por otra parte, se crearán centros de apoyo familiar o "escuelas de padres", que fomenten una mayor implicación en la educación de los hijos, así como la colaboración de las administraciones con las asociaciones de padres y madres.
Las nuevas tecnologías, claves
Cabrera se ha comprometido a impulsar las nuevas tecnologías en todos los ámbitos del sistema educativo, en especial para los menores de 25 años sin título. Para el próximo curso se creará una Plataforma Virtual para estudiar Formación Profesional de grado medio y superior a distancia."

Senhora Ministra Maria de Lurdes Rodrigues, não desista de levar por diante as reformas necessárias a tirar Portugal do caixote do lixo da UE! Doa a quem doer!
Aqueles que não estiverem disponíveis para melhorar a Escola Pública, devem tirar daí as consequências. Não precisamos deles!

Outros falsários ou da necessidade da intervenção da Justiça

Segundo o insuspeito Público de hoje, primeira notícia :
Accionistas do BPN demitiram-se da Comissão Política do PSD

segunda notícia:
Menezes lembra críticas “ameaçadoras” por querer avançar com inquérito à supervisão bancária .

Sobre a primeira, julgo poder afirmar que o ambiente agradece.
Já sobre a segunda, agradecia que a PGR o intimasse a prestar declarações e a colaborar com a Justiça.

É que isto de grados responsáveis políticos, continuarem a ser tratados como irresponsáveis, como atrasados mentais, não é muito abonatório da sanidade geral do ambiente.

A democracia de sentido único ou a estória do falsário

A populista ideia de Manuel Alegre de que as estruturas sindicais estão acima das críticas e dos aborrecimentos, só pode inscrever-se numa ideologia simplista de populismo de esquerda - o que quer que isso seja ! - mas que não serve a Democracia tal como é preticada na maioria dos países:
Os governos são eleitos e depois têm legitimidade para aplicar o seu programa. Se a cada passo o seu programa tiver de ser sufragado pelas respectivos destinatários, quaisquer que sejam, é a democracia que fica diminuída e em ponto morto, a aguardar a ratificação casuística.
Acusar a Ministra de Educação de arrogância e de teimosia é o mesmo que perorar sobre o carácter molhado da chuva. É que o programa de Governo que elegeu Manuel Alegre e lhe confere o direito a substanciais réditos de que não abdica!, diz expressamente:
" Programa de Governo do XVII Governo Constitucional, no Capitulo II:(...)Enraizar em todas as dimensões do sistema de educação e formação a cultura e a prática da avaliação e da prestação de contas. Avaliação do desempenho dos alunos e do currículo nacional, avaliação dos educadores e professores, avaliação, segundo critérios de resultados, eficiência e equidade, das escolas e dos serviços técnicos que as apoiam"
Outrossim, que dizer da arrogância insultuosa e descabelada dos professores e da Fenprof que exige não só a suspensão imediata da Avaliação como a demissão de toda a equipa ministerial??
E, o que é que se diria por essa melindrosa comunicação social fora, e pelos delegados da direita e da esquerda irresponsável, caso algum dia um ministro exigisse de um sindicato, que se demitissem os seus orgão dirigentes? Que abandonassem a sua ideologia ?
Apenas se lhes exige que negoceiem e respeitem depois o que firmaram em Acordos há meia dúzia de meses!
Tem graça que nunca ouvi a Srª Ministra ( que é assim que um Homem se tem de se lhe dirigir!), apesar de provocada ao limite, nem ser defendida por Manuel Alegre, nem exigir que os dirigentes sindicais se demitissem.
Quem é o arrogante, o teimoso e o falsário?

Um País com ideias e com futuro

Augusto Santos Silva,
VIVA O DEBATE! (no DN de hoje), via Câmara Corporativa:
“(…) quando o Governo reforma os serviços públicos, orientando-os para as populações em vez de curar só dos profissionais, quando assegura a sustentabilidade financeira da segurança social, quando orçamenta e racionaliza o Serviço Nacional de Saúde, quando alarga a actividade da escola pública, quando lança novos direitos sociais, quando garante a estabilidade do sistema financeiro, quando reduz os custos de contexto da iniciativa económica, quando aposta nas Novas Oportunidades, quando altera os códigos penal e de processo penal numa perspectiva humanista, etc., e quando o Grupo Parlamentar aprova a paridade, limita os mandatos e moderniza o divórcio, eu sinto que estão a praticar aquela política de esquerda democrática e progressista que reclamei e reclamo no interior do PS.

Não é seguramente esta a única possível. O debate entre políticas não pode parar e um partido democrático só beneficia da pluralidade das correntes do confronto das ideias. Todas devem encontrar lugar no PS, sem qualquer exclusão.

Mas ter e apresentar ideias é coisa bem diferente de ficar apenas pelo ressentimento, a pose majestática, a colagem acrítica (ou calculista) aos protestos sectoriais, a estranha obsessão com votos perdidos em próximas eleições. O debate democrático exige mais.

Exige presença, participação, disponibilidade para falar e ouvir nas diversas instâncias em que se formam e avaliam as políticas do PS. Exige clareza no posicionamento, porque ou se quer influenciar e enriquecer o PS, ou se quer servir de aliado ocasional para aqueles cujo objectivo é liquidar o PS. Exige argumentos, e não apenas ideias feitas ou frases vazias. E, sobretudo, exige coerência.

Porque ou bem que se é radicalmente a favor da democracia e então tem de contestar se, no tempo certo, os insultos às portas do PS quando os miltantes entram para reuniões internas, ou as infelizes tiradas sobre estrangeiros dos lideres da direita, ou o comportamento dos sindicatos que rasgam os acordos que eles próprios subscreveram; ou se dirigem todas as críticas contra o Governo e o Grupo Parlamentar do PS e então não se poderá ficar surpreendido nem agastado se alguém denunciar esse uso instrumental e selectivo, logo inaceitável, da democracia.”

O devir do tempo

Como me fui deitar cedo para evitar tentações de ficar a ver a bola que,como suspeitam, não é a minha paixão principal, acabo agora de saber o resultado.
Coisa de somenos, comparado com o que vai por aqui.
E, por aqui, quero dizer da minha fatal atracção por estas memórias.
Ouvir os Abba é continuar a sentir na pele o devir do tempo.
Todos os dias.
É por isso que é urgente, ao menos, endireitar um pouco este mundo. Para proteger as memórias que dele ficarem.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Ora voltemos lá à Avaliação dos professores

In Expresso, por Nicolau Santos:

A Fenprof manipula e Mário Nogueira não é sério
Quarta-feira, 19 de Nov de 2008

O líder da Federação de Professores (FENPROF), Mário Nogueira, abandonou a reunião que hoje mantinha com a ministra. Motivo: a ministra não suspendeu a avaliação como era exigência da Fenprop para continuar a negociar.
Mas a Fenprof e Mário Nogueira querem negociar o quê, se exigem a suspensão da avaliação? Resposta: não querem negociar nada. Querem somente deitar abaixo a ministra porque ela insiste que não desiste da avaliação.
Insiste e muito bem. Eu, como pai de dois alunos, quero que os professores deles sejam avaliados pelos seus pares e pelos pais, se possível. Quero saber se são bons, se são pedadogos, se não faltam, meses a fio com atestados médicos que todos sabemos serem falsos, se não metem sucessivos artigos quartos com uma enorme descontracção e sem nenhum problema de consciência, deixando turmas inteiras sem aulas durante horas, dias, meses.
Em todo o sector privado, a avaliação é uma regra há muitos anos. Aqui, nesta empresa, não só avaliamos os nossos subordinados, como eles nos avaliam e nós avaliamos os nossos superiores, inclusive o director-geral da empresa. Porque carga de água é que os professores, que passam o ano a avaliar milhares de alunos, não podem ser avaliados?
Para descredibilizar o processo, há escolas que transformaram a avaliação em manuais de mais de 30 páginas. E Mário Nogueira, que assinou um acordo com a ministra antes do Verão para prosseguir o processo de avaliação, rompeu-o sem nenhuma justificação credível.
A Fenprof é contra o processo, mas não sugere nada em alternativa.
O que quer é uma avaliação de faz de conta, em que os bons e os maus professores são todos avaliados de forma positiva, o que é uma injustiça para os bons e um prémio para os maus.
É isto que os professores querem? Não sei. Mas sei que é isto que a Fenprof e Mário Nogueira querem.
A Fenprof e Mário Nogueira não defendem um sistema de ensino melhor. Defendem os maus professores, os calões, os relapsos, os incompetentes. Defendem o pior que existe no ensino, os seus vícios, os seus erros, o descalabro provado através de estatísticas do ensino secundário em Portugal nos últimos 30 anos. É este o resultado das suas posições. E será este o resultado dos próximos 30 anos se a Fenprof e Mário Nogueira conseguirem manter o sistema de ensino sem uma avaliação séria e credível.
A Fenprof e Mário Nogueira são os principais responsáveis da mediocridade do ensino secundário em Portugal."

Nota: Seria urgente que algumas das Escolas onde a avaliação está a decorrer com esforço, mas a progredir, viessem a terreiro dizer da sua experiência e começar a separar-se o trigo do joio.
Não podem as televisões continuar sozinhas, a fazer a campanha contra a Ministra e a favor da Fenprof do PCP e do BE! Já chega de manipulação!
É indispensável o contraditório. Os responsáveis do ME não podem ser sempre confrontados com a agressividade de jornalisas que, tal como aconteceu na última conferência de imprensa da Ministra, se declararam representar a FNE e a Fenprof! Isso não é admissível !
Foi um péssimo momento do jornalismo nacional!
Por isso, parabéns ao Nicolau Santos pela frontalidade deste texto.
Vou voltar a comprar o Expresso!

Ainda Manuela Ferreira leite e o famoso almoço na Câmara de Comércio Luso-Americana

Ainda segundo a Lusa e o Diário Económico:
O nível de disparate e de irrealismo de MFL, consegue surpreender o mais tranquilo monge budista.
A sua ambição destributiva dos dinheiros do Estado tem tal ímpeto, que agora quer que os Contribuintes apoiem também as falências das Empresas:

Ao falar hoje no final de um almoço promovido pela Câmara de Comércio Luso-Americana, em Lisboa, e citada pela agência Lusa, Manuela Ferreira Leite criticou o intervencionismo do Estado, considerando que essa opção política poderá "ter consequências mais negativas ainda que as consequências da própria crise" para o crescimento económico.Manuela Ferreira Leite defendeu que o papel do Estado deve ser o de "criar condições de concorrência sã" e "dar grande prioridade ao empreendedorismo" e propôs algumas medidas nesse sentido."As empresas são muito estigmatizadas pelo facto de falharem. Eu acho que era necessário, por exemplo, eliminar custos de encerramento, isto é, uma empresa que queira encerrar encerra sem qualquer tipo de custos adicionais", propôs a presidente do PSD. "Da mesma forma que há que resolver - sei que não é fácil neste momento, mas há que meter isso na agenda - o alargamento do apoio social a estas empresas que falharam e cujos empreendedores ficam absolutamente sem nada porque não há apoio social para esse tipo de classe. Isso é um ponto que eu julgo também absolutamente essencial ser feito", acrescentou.Manuela Ferreira Leite
Isto aliás já ela disse, por outras palavras, aqui há um mês, afirmando não ser preciso apoiar as empresas que pagam impostos,visto que no seu douto parecer essas se pagam impostos, é porque têm lucros...O que deveria ser feito era apoiar as que já não conseguiam ter lucros...
Mas agora foi ainda mais fundo: Quais Impostos a pagar, ou quais trabalhadores a indemnizar!
Com ela, quem quizer fechar fecha, e ainda recebe um subsídio para não ficar desamparado...
O que foi a bebida no almocinho?
Ler Vital Moreira :
"Concorrência
Não percebo a crítica da esquerda protestária às posições de Manuela Ferreira Leite, que na verdade convergem com as suas. De facto, ambos acham que (i) as reformas que não têm a concordância dos grupos profissionais afectados não podem ser realizadas e que (ii) forçar a realização dessas reformas é uma manifestação "autoritária" e "antidemocrática". Por isso, a razão de ser do ataque esquerdista à líder do PSD só pode justificar-se pelo facto de agora verem ameaçada a exclusividade do seu nicho tradicional do aproveitamento oportunista dos protestos corporativos. A "esquerda da esquerda" julgava ter esse monopólio, agora tem a concorrência de um "newcomer" de peso...
[Publicado por Vital Moreira]

Pode ser que desta vez a roda desande e os EUA se tornem pessoa de bem...

In Politeia:
DICK CHENEY ACUSADO DE ACTIVIDADES CRIMINOSAS
UMA BOA NOTÍCIA!
Da América chega uma boa notícia: um júri texano acusou o Vice-Presidente por condutas abusivas em pisões privadas. O antigo Ministro da justiça, Alberto Gonzalez, que se demitiu em consequência dos escândalos relacionados com prisioneiros, também é visado.
O Vice-Presidente dos Estados Unidos é acusado de actividades criminosas organizadas.
A acusação afirma que o Vice-Presidente tirou proveito dos abusos cometidos em prisões privadas, porque investiu 85 milhões de dólares numa empresa que detém parte dessas prisões e os abusos nelas cometidos permitiram-lhe potenciar os rendimentos.
O documento de acusação considera que há um “conflito de interesses directo”, porque Cheney tinha influência sobre a adjudicação dos contratos federais que permitiam às empresas gerir as prisões.
Além disso, é também acusado de delitos de agressão sobre os prisioneiros, praticados por interpostas pessoas.Independentemente da consistência desta acusação, o que ela revela é que, com o fim da Administração Bush, os americanos vão querer “varrer a testada”.
Muita coisa vai sair cá para fora.
Os que no estrangeiro foram serventuários fieis e cúmplices de actos criminosos, que se cuidem…
Publicada por JM Correia Pinto
Nota breve: Que giro, esta ideia das prisões privadas e exploradas por empresas privadas de torcionários! Vou já ver o programa dos partidos da direita a ver se já algum se lembrou desta oportunidade de negócio! Se ainda não tiverem tido a ideia, podem sempre fazer uma adenda, não é? e sempre são mais uns tostões a acrescentar às contas off-shore!

Não há almoços, nem calinadas grátis

Imagem roubada do Bitaites,com a devida saudação!
Manuela Ferreira Leite conseguiu fazer o dois em um. Talvez mesmo o três em um:
Não contente por ter sugerido desligar a democracia por um período de seis meses, e de de dizer que não é possível fazer reformas em democracia, conseguiu ainda dizer de seguida que achava que o PR já devia ter falado com o PM sobre a situação da Educação durante as reuniões das quintas-feiras entre os dois...
A isto chama-se ter capacidade para a auto-destruição, para a auto-crítica, e para um acrobático salto da nossa oleada prancha de saltos para a água.
A esta não vai ser preciso empurrá-la.
Ela já escolheu desligar-se. Desactivar-se!
Em plena Câmara de Comércio Luso-Americana !
Excelente local para ir falar a Juizes sobre as vantagens da intermitência da Democracia e dos inconvenientes da mesma!
Não podia ser outro o local para tal absurdo!

terça-feira, novembro 18, 2008

Terão ido ao mesmo almoço?

O democratic break


Também o que são seis meses?
Passam num instante!
Só espíritos mesquinhos é que se melindram com um "piqueno intervalo democrático".
Um democratic break!

O que é que terão posto na bebida? Agora não quer apenas suspender a Avaliação. também quer suspender a Democracia!


Via Cibertúlia com a devida saudação, que a Lusa cobra por notícia:

A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, perguntou hoje se

"não é bom haver seis meses sem democracia" para "pôr tudo na ordem", a propósito da reforma do sistema de justiça.

No final de um almoço promovido pela Câmara de Comércio Luso-Americana, Manuela Ferreira Leite elegeu a reforma do sistema de justiça "como primeira prioridade" para ajudar as empresas portuguesas.

Questionada sobre o que faria para melhorar o sistema de justiça, a presidente do PSD demarcou-se da atitude do primeiro-ministro, José Sócrates, que "na tomada de posse anunciou como grande medida reduzir as férias do juiz".

Defendendo a ideia de que não se deve tentar fazer reformas contra as classes profissionais, Manuela Ferreira Leite declarou: "Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia..."."Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se", observou em seguida a presidente do PSD, acrescentando: "E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia"."Agora em democracia efectivamente não se pode hostilizar uma classe profissional para de seguida ter a opinião pública contra essa classe profissional e então depois entrar a reformar -- porque nessa altura estão eles todos contra. Não é possível fazer uma reforma da justiça sem os juízes, fazer uma reforma da saúde sem os médicos", completou Manuela Ferreira Leite.» [da Lusa, sublinhados nossos, apesar de dispensáveis]

Nota breve:

Uf! Ainda bem que seria só por um tempo.... Estava a ver se o almoço se prolongava, e teríamos aí, mais um 28 de Maio...

Não é por nada mas vou gostar de ver a cara do JPP quando ler os comentários a isto, da autoria do Filipe Menezes.

Não quero ser mauzinho...mas estão aqui declarações de grande oportunidade e que vão colher muitos apoios junto do garante do funcionamento da referida Democracia. Cavaco Silva o nosso petoniso intermitente...

Quem me disser que eu citei MST eu desminto!

No entanto tenho que reconhecer que desta vez ele acertou em tudo o que diz sobre o essencial do país. Sobre nós. Sobre a nossa mentalidade. Sobre a nossa falta de mentalidade.
É ver:
"...ou a ministra começa a ceder no essencial ou acaba por desistir e tudo volta à estaca zero. É esse o objectivo final das corporações que governam de facto entre nós e do sindicalismo conservador que, em associação com elas, visa tornar o país ingovernável. Todos sabemos que é assim: na educação, como na saúde, na justiça, na administração pública, no poder local, no sector empresarial ligado ao estado. Por isso é que, independentemente do seu feitio, do seu método ou das suas razões, até, a derrota final de Maria de Lurdes Rodrigues representará o último sopro de vida de um país eternamente adiado. Depois disso, é inútil reformar o que quer que seja porque está dada a receita para o insucesso. Quem vier a seguir para governar o Estado escusa até de ter programa político: pode limitar-se a dizer que não vai deixar de pagar salários, pensões e subsídios, e toda a gente ficará tranquila.
Miguel Sousa Tavares, Semanário Expresso desta semana
Depois façam o favor de não vir a Lisboa mostrar as nódoas negras e as bochechas inchadas!

Senhora Ministra, não desista, o País não pode continuar a ser adiado!!



O PS tem a obrigação de se reunir em torno desta personalidade corajosa e esclarecida e fazer avançar a Avaliação e demais reformas indispensáveis à melhoria da Escola Pública e à sanidade do País.
O País não pode continuar adiado ou à mercê de comissões de sábios que, tal como no passado, nada sabiam e nada fizeram por aprender. Quem se lembra do que produziu uma tal Comissão para o Ensino da Matemática da autoria do Davide Justino?
Agora, para rimar, vinha aí uma do Vitorino..., e por aí a diante que o País nem precisa de se organizar e de melhorar os níveis de aprendizagem...
Senhores professores, abandonem o oportunismo do PCP - que se está nas tintas para todos vocês - e regressem ao trabalho e à calma defesa dos vossos interesses : Que o País avance, que as nossas crianças fiquem mais sábias, mais solidárias e mais respeitadoras das hierarquias. Numa palavra: educadas!
Acho que está na hora dos professores perceberem que quem lhes está a garantir o futuro e os salários não é o PCP nem o BE, nem CGTP, nem e Fenprof. Quem os protege é o conceito Escola Pública e do que dele fizerem!
O vosso aliado natural é o Ministério da Educação, não são uns arrivistas acabados de dar à costa e que, como curriculo na área da Educação, têm para vos apresentar uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma!

"A liberdade para mim e a censura para os outros!"


O J Pacheco Pereira que tem um blog onde, a par da defesa do liberalismo e do Estado Guarda-Nocturno, não permite comentários, salvo naturalmente, os que passando pelo mais fino crivo da escala Mesh, lhe agradem, o JPP, dizia, publica, ofendido, uma saga de um tal Carlos Paiva que pretendia usar as Escolas e as Bibliotecas Públicas para desancar nelas mesmas. Nelas próprias.
O título do livro é já uma sentença de morte, e a análise prometida na segunda frase, é apenas a cenoura que as Escolas, míopes, nem perceberam.

A ideia era boa, concordo.

O que não me parece curial, to say the least!, é o JPP querer a liberdade para os seus apoiantes e a censura para os que dele discordem. Digo eu.
Claro que os tamborzinhos a anunciar mais um voluntário mergulho da nossa sempre engraxada prancha, rufam alegremente no Blasfémias. Vão ter muito que rufar!

segunda-feira, novembro 17, 2008

Ainda as eleições americanas: Do carácter da direita religiosa e a democracia

Segundo o Expresso:

"Um padre católico disse aos seus paroquianos que se devem abster da comunhão caso tenham votado Barack Obama, uma vez que o Presidente eleito dos Estados Unidos defende o aborto. Numa carta distribuída aos paroquianos da igreja de Maria, em Greenville, Carolina do Sul, o padre Jay Scorr Newman diz que estão a "pôr as suas almas em risco", se comungarem antes de fazerem penitência pelo seu voto.
"A nossa nação escolheu para seu executivo principal o político mais radical pró-aborto, que não serve para o Senado dos Estados Unidos ou para funcionar como Presidente", escreveu o padre, referindo-se a Barack Obama, eleito Presidente dos Estados Unidos na semana passada.
"Votar num político pró-aborto constitui a cooperação material com o mal intrínseco", refere o sacerdote, salientando que as "pessoas nesta circunstância não devem receber a comunhão santamente até que se reconciliem com Deus".

Nos EUA os evangélicos conseguiram, à custa de muitos milhões de dólares, fazer passar a mensagem de que os cidadãos se dividem nos que defenderiam a vida e nos que seriam pró -aborto, pró-morte, portanto!
Espantoso num país onde se executam todas as semanas os condenados e se vendem cada vez mais armas pessoais...sem que alguém tenha reduzido a produção de hóstias.
Curiosa coincidência com JCNeves que hoje, no DN, carimba de marxistas reciclados os defensores do aborto, do divórcio, da homosexualidade e da eutanásia!:
"Na guerra civilizacional de hoje, também os que atacam a vida e a família se acham donos do futuro, menosprezando os opositores como fósseis. Também agora o progresso e a liberdade só se imaginam com aborto, eutanásia, divórcio e homossexualidade, como antes com plano quinquenal, ditadura do proletariado e cooperativas forçadas. Aliás, não só a retórica é semelhante, mas reencontramos nas batalhas os veteranos derrotados do dirigismo económico, reciclados em defensores da liberdade de costumes.Marx ensinou que a história se repete, primeiro como tragédia, depois como farsa (O Dezoito de Brumário, de Luís Bonaparte, 1852, cap. 1). Temos de dizer que esta segunda guerra mundial dos valores é muito insólita. Empresa e mercado eram instituições que, embora naturais, tinham e têm traços particulares controversos, que podiam e podem ser contestáveis. Mas vida e morte, família e casamento, sexo e amor não são elementos volúveis e discutíveis, ao sabor da opinião momentânea. Os novos progressistas escolheram para alvo de contestação traços fundamentais da natureza humana. Esquecem que o futuro a Deus pertence."
Esta é a Lei que tantas dificuldades criou ao entendimento de professores...

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Lei n.º 3/2008
de 18 de Janeiro
Primeira alteração à Lei n.º 30/2002, de 20 de Dezembro,
que aprova o Estatuto do Aluno
dos Ensinos Básico e Secundário
A Assembleia da República decreta, nos termos da
alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:
...........................................
Artigo 22.º
Efeitos das faltas
1 — Verificada a existência de faltas dos alunos, a
escola pode promover a aplicação da medida ou medidas
correctivas previstas no artigo 26.º que se mostrem
adequadas, considerando igualmente o que estiver contemplado
no regulamento interno.
2 — Sempre que um aluno, independentemente da
natureza das faltas
, atinja um número total de faltas
correspondente a três semanas no 1.º ciclo do ensino
básico, ou ao triplo de tempos lectivos semanais, por
disciplina, nos 2.º e 3.º ciclos no ensino básico, no ensino
secundário e no ensino recorrente, ou, tratando -se,
exclusivamente, de faltas injustificadas, duas semanas
no 1.º ciclo do ensino básico ou o dobro de tempos
lectivos semanais, por disciplina, nos restantes ciclos
e níveis de ensino, deve realizar, logo que avaliados os
efeitos da aplicação das medidas correctivas referidas
no número anterior, uma prova de recuperação, na disciplina
ou disciplinas em que ultrapassou aquele limite,
competindo ao conselho pedagógico fixar os termos
dessa realização.
3 — Quando o aluno não obtém aprovação na prova
referida no número anterior
, o conselho de turma pondera
a justificação ou injustificação das faltas dadas, o
período lectivo e o momento em que a realização da
prova ocorreu e, sendo o caso, os resultados obtidos nas
restantes disciplinas, podendo determinar:
a) O cumprimento de um plano de acompanhamento
especial e a consequente realização de uma nova
prova;
b) A retenção do aluno inserido no âmbito da escolaridade
obrigatória ou a frequentar o ensino básico, a qual
consiste na sua manutenção, no ano lectivo seguinte, no
mesmo ano de escolaridade que frequenta;
c) A exclusão do aluno que se encontre fora da escolaridade
obrigatória,
a qual consiste na impossibilidade
de esse aluno frequentar, até ao final do ano lectivo em
curso, a disciplina ou disciplinas em relação às quais
não obteve aprovação na referida prova.
4 — Com a aprovação do aluno na prova prevista no
n.º 2 ou naquela a que se refere a alínea a) do n.º 3, o
mesmo retoma o seu percurso escolar normal
, sem prejuízo
do que vier a ser decidido pela escola, em termos
estritamente administrativos, relativamente ao número
de faltas consideradas injustificadas.
5 — A não comparência do aluno à realização da
prova de recuperação prevista no n.º 2 ou àquela a que
se refere a sua alínea a) do n.º 3, quando não justificada
através da forma prevista do n.º 4 do artigo 19.º, determina
a sua retenção ou exclusão, nos termos e para os
efeitos constantes nas alíneas b) ou c) do n.º 3.

....................................

E este é o Despacho da Ministra a explicar aos professores o que nem todos tinham lido e percebido...


Despacho
Considerando que a adaptação dos regulamentos internos das escolas ao disposto no Estatuto do Aluno nem sempre respeitou o espírito da Lei, permitindo dúvidas nos alunos e nos pais acerca das consequências das faltas justificadas designadamente por doença ou outros motivos similares
Considerando que o regime de faltas estabelecido no Estatuto visa sobretudo criar condições para que os alunos recuperem eventuais défices de aprendizagem decorrentes das ausências à escola nos casos justificados
Tendo em vista clarificar os termos de aplicação do disposto no Estatuto do Aluno, determino o seguinte:
1 – Das faltas justificadas, designadamente por doença, não pode decorrer a aplicação de qualquer medida disciplinar correctiva ou sancionatória.
2 – A prova de recuperação a aplicar na sequência de faltas justificadas tem como objectivo exclusivamente diagnosticar as necessidades de apoio tendo em vista a recuperação de eventual défice das aprendizagens.
3 – Assim sendo, a prova de recuperação não pode ter a natureza de um exame, devendo ter um formato e um procedimento simplificado, podendo ter a forma escrita ou oral, prática ou de entrevista.
4 – A prova referida é da exclusiva responsabilidade do professor titular de turma, no primeiro ciclo, ou do professor que lecciona a disciplina em causa, nos restantes ciclos e níveis de ensino.
5 – Da prova de recuperação realizada na sequência das três semanas de faltas justificadas não pode decorrer a retenção, exclusão ou qualquer outra penalização para o aluno, apenas medidas de apoio ao estudo e à recuperação das aprendizagens, sem prejuízo da restante avaliação.
6 – As escolas devem adaptar de imediato os seus regulamentos internos ao disposto no presente despacho, competindo às Direcções Regionais de Educação a verificação deste procedimento.
7 – O presente despacho produz efeitos a partir do dia seguinte à data da sua assinatura.
Lisboa, 16 de Novembro de 2008
A Ministra da Educação
Maria de Lurdes Rodrigues
Os sublinhados e negritos são meus!
O que não é minha, é a má fé, quer dos protestos, quer das interpretações pseudo-jornalísticas, nem a má educação dos que se chamam de educadores e de professores. Isso não!
Quando expressamente o legislador permite que seja a Escola, o Conselho de Turma, o Conselho Pedagógico e o Conselho Executivo, quem decide sobre a vida escolar do Aluno, e da sua recuperação, logo se levantam as vozes de que "aí está o ME a descentralizar e a obrigar as escolas a chumbarem os alunos " ( coisa aliás que estas escolas e estes professores nunca fizeram! )
Nunca chumbaram ninguém! Nunca excluiram ninguém!: Até ao 9º ano ficavam pelo caminho 50% dos alunos e o Contribuinte a pagar!
Não sei o que admirar mais : Se a falta de memória, se a da vergonha!
Adenda. Anda por aí a blogosfera toda excitada com uma tal "Alteração da Lei" feita pela Ministra, e o BE até sublinha como "agravante" o facto de tal "alteração" ter sido feita ao domingo que lá no BE é de retiro espiritual. Devem estar com delírios das mortalhas que andam a fumar:
É que as Leis da República não se alteram por Despachos ministeriais!

A massa de que somos feitos

A luta está aí, desabrida e total.
A oposição mais ou menos consciente, mais ou menos por arrasto, mais ou menos oportunista, rosna a cada novo ímpeto reformista.
Sonha já com os restos do banquete. Com o saque que fará a todas as vantagens adquiridas pela população, nestes três anos de governo PS.
Andaremos para trás, se tal acontecer. Muitas décadas.
Virá aí a privatização, em força, de tudo e de mais alguma coisa onde haja um cêntimo para ser dividido.
Ao agudizarem-se os problemas é que se verá de que fibra é feito este Governo e este Presidente da República.
Cabe ao Governo fazer reformas e levá-las adiante.
Mas, isso depende da massa de que somos feitos:
Se for da massa dos que partiram nas caravelas, descobriram novos caminhos e fizeram a globalização, é uma coisa.
Mas, se formos feitos da massa dos que cá ficaram, se formos só descendentes dos velhos do Restelo, então as reformas não serão feitas, o Governo cairá, regressando o pior do que há no chamado "arco da governação" e continuaremos na cauda da UE para abertura de todos os telejornais e de motivo para todas as "análises" dos muitos especialistas que temos sempre prontos, felizmente, para nos explicar que:
"este não é o caminho",
"esta não é a prioridade",
"esta não foi a forma correcta",
"este ministro já devia ter saído",
"o Governo andou preocupado com o acessório"
"e este tipo de medidas só agrava a divisão nacional, chateia os madeireiros, ofende a tropa, descura a fé católica, ofende as virgens, e destroça "os profissionais desta corporação".
Vamos ver de que massa somos feitos!

A segunda maior economia mundial em recessão

O Japão considera-se oficialmente em recessão verificando-se dois trimestres consecutivos de contracção da economia.
E eles já não têm nem o petróleo a preços exorbitantes , nem Obras Públicas para iniciar!
Eu, no caso deles, perguntava à D. Manuela.

domingo, novembro 16, 2008

Parece que sempre tinha razão para dizer que as próximas notícias vindas dos EUA seriam muito favoráveis ao Governo Socialista em Portugal

Segundo o NYTimes:
Obama Wants to Pay Teachers What They’re Worth
Obama quer pagar aos professores em função da sua avaliação!
By Stephen J. Dubner
"It sounds as if Barack Obama has been listening to some economists (maybe even Austan Goolsbee): he has come out in favor of merit pay for schoolteachers.
From an A.P. article:
Democratic presidential candidate Barack Obama told the largest teachers union Thursday that performance-based merit pay ought to be considered in public schools.
Teachers at the National Education Association’s annual convention have expressed concerns about merit pay, which is gaining favor with lawmakers, including those currently rewriting the No Child Left Behind law."

e regressando á bancalheira...

In Dragoscópio:
"Feed our Frankenstein
«Goldman Sachs is on course to pay its top City bankers multimillion-pound bonuses - despite asking the U.S. government for an emergency bail-out.The struggling Wall Street bank has set aside £7billion for salaries and 2008 year-end bonuses, it emerged yesterday.
Each of the firm's 443 partners is on course to pocket an average Christmas bonus of more than £3million.The size of the pay pool comfortably dwarfs the £6.1billion lifeline which the U.S. government is throwing to Goldman as part of its £430billion bail-out.As Washington pours money into the bank, the cash will immediately be channelled to Goldman's already well-heeled employees. »
Em resumo, dos 430 biliões de dinheiro dos otários (vulgo contribuintes) que a plutocracia americana despejou nos bancos, os 6.1 biliões que couberam à Goldman Sachs nem vão chegar para pagar os prémios anuais e bónus de Natal que aquela associação benemérita vai distribuir pelos seus insaciáveis gestores. Ou melhor dizendo, que eles, como já é tradição, vão distribuir entre si.
E ainda há esquerdalhos visionários que se queixam da falta de distributividade da economia capitalista!...
Sim, porque se julgam que é só o Goldman Sachs, o melhor é mesmo irem tirando o cavalinho da chuva:
«Royal Bank of Scotland, which is being bailed out with £20bn of taxpayers' money, has signalled it is preparing to pay bonuses to thousands of staff despite government pledges to crack down on City pay.The bank has set aside £1.79bn to cover "staff costs" - including discretionary bonuses - at its investment banking division for the first six months of the year alone. The same division caused a £5.9bn writedown that wiped out the bank's profits for the same period. »
E a cereja no topo do bolo:
«Several US politicians have seized on an investigation by the Guardian last month which showed six Wall Street banks - Goldman Sachs, Citigroup, Morgan Stanley, JP Morgan, Merrill Lynch and Lehman Brothers - had set aside $70bn (£42.5bn) in pay and bonuses for the first nine months of the year. »
Publicada por dragão em 11/01/2008 02:50:00 PM

Gostava de perceber a relação perversa entre a democracia liberal, o controlo dos media pelo grande capital e o entorpecimento público que continua a permitir este tipo de bancalheira!...

Convocatória por SMSs

Qual será a explicação para o surgimento de centenas de mensagens, do mesmo teor, nos telemóveis de tantos jovens da mesma Escola, por todo o País?
Como é que alguém possui esta base de dados apenas existente em cada uma das Escolas?
A própria constituição de uma tal base de dados ou a sua utilização configura de per si um crime grave.
Já alguém perguntou ao PGR o que pensa fazer para investigar este crime?
In Jornal de Negócios:
"Objectivamente estes professores não têm sabido dar-se ao respeito.
Nas décadas que levamos de democracia a classe perdeu todo o seu prestígio reduzindo-se a um bando ululante, invariavelmente à luta por uma má causa. Transformaram-se numa arma de arremesso das oposições, quaisquer que sejam, entregaram-se nas mãos de sindicatos conservadores, do "antigamente é que era bom" e do travar é que está a dar, que tanto servem a extrema-esquerda como a extrema-direita tal a sanha belicosa, o ódio destilado, a demagogia e a falta de escrúpulos.
São maioritariamente do Partido Comunista mas todos por junto seguem a máxima libertária do "se hay gobierno soy contra". A lista das suas "reivindicações" é longa e fastidiosa: das aulas de substituição à recente avaliação. Mas bem vistas as coisas só têm um e único objectivo: a de querer travar a todo o custo a evolução da sociedade portuguesa. É aliás revelador que esta gente que é suposto educar os mais novos desconheça qualquer verbo positivo e só saiba conjugar o adiar, o revogar, o interromper, o atrasar. Nunca se ouviu uma palavra de apreço pela introdução de computadores nas aulas ou por qualquer outra boa iniciativa dos sucessivos ministros. Pelo contrário, em cada nova ideia vê-se logo um problema, uma chatice. Esta gente é do contra quando devia ser a favor. Agarram-se ao passado quando deviam virar-se para o futuro."Jornal de Negócios

Nota: Só não concordo que sejam maioritariamente do PC. Isso não. São é um bando de atamancados oportunistas que se constituiram em filão e em trampolim político que agora todos cavalgam.
Da extrema-esquerda à extrema-direita é ver o arreganhar dos dentes.
A Direita entende-se porquê: quer explicitamente privatizar a Educação. Ainda ontem o bispo de serviço defendia na TV a cheque-ensino e as maravilhas dos colégios onde os ricos protegem os filhos do contacto com a turba-multa!
Agora da dita esquerda é que não consigo perceber qual a motivação para além, claro, do derrube do governo e do quanto pior melhor!
Este pobre povo que entende pouco ou nada do que realmente se passa nas suas costas e enquanto trabalha, é que vai pagar e caro toda esta agitação corporativa e irresponsável.
Agora, até foram dizer que os alunos que faltarem às aulas por irem manifestar-se contra o Governo não terão faltas. Dizem que não as marcam.
Do que é que estão à espera? De ser respeitados? Ou de levarem nas trombas, dos alunos? e de seguida lá virão fazer o número da merda que é a Escola Pública comparada com as vantagens da Privada.
Do que eles estam a precisar sei eu!

sábado, novembro 15, 2008

E, se em África não houvesse classes sociais?

E se Obama fosse africano? ( leiam tudo sff!)
Por Mia Couto

Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.

Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.

Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de “nosso irmão”. E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.

Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: “E se Obama fosse camaronês?”. As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.

E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?

1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.

2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.

3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente “descobriram” que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado ‘ilegalmente”. Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.

4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um “não autêntico africano”. O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos “outros”, dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).

5. Se fosse africano, o nosso “irmão” teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada “pureza africana”. Para estes moralistas - tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.

6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.

Inconclusivas conclusões

Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.

Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.

A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.

Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.

No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.

Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.

Publicado no jornal Savana, Maputo, em 14 de Novembro de 2008

A minha nota breve: A herança do colonialismo em África, sendo a sua população esmagadoramente negra - e é essa que Mia Couto invoca principalmente - funciona como justificação para todo o tipo de "nacionalismo oportunista". Pensar, sonhar e andar enganado sobre o carácter classista da exploração, seja ela de que cor for, releva de uma inocência compadecida com a moral dos cristãos.
Nisso estou em desacordo com o Mia Couto. Não comparemos Nito ALves com Mugabe, Mandela com Nasser, Ben Bela com Tchombé.
A questão da escolha da classe e da sua defesa cega e anti-marxista ( desculpem!), tem conduzido a enormes equívocos que pouco têm de dignos e de inocentes!
O Mia Couto que me desculpe o atrevimento.

Parece que MFL não foi ouvida pelo BEI !

Ou então nada disse que se aproveitasse


Como se pode ver desta excelente peça jornalística , enquanto a UE apoia o programa d eObras Públicas em Portugal, o que a SIC tem a dizer é que "aqui tem gerado polémica".
Creio que as outras tvs nem sequer deram a notícia. Coisa sem importância : 35% de 40 mil milhões = 14 mil milhões de Euros...