Not again!
Not this time!
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'Desta vez, não!' Desta vez, queremos falar sobre as escolas decadentes que estão roubando o futuro de crianças negras, brancas, asiáticas, hispânicas e indígenas.
Desta vez podemos talvez rejeitar o cinismo que nos diz que essas crianças são incapazes de aprender, que essas crianças de aparência diferente das nossas são problema de outra pessoa. As crianças dos Estados Unidos não são 'essas crianças': são as nossas crianças, e não permitiremos que fiquem para trás na economia do século XXI.
Não desta vez. Desta vez queremos discutir sobre as filas repletas de brancos, negros e hispânicos desprovidos de planos de saúde nos pronto-socorros, pessoas que não têm o poder de superar sozinhas os interesses especiais em Washington, mas que poderiam fazê-lo caso nos uníssemos.
Desta vez queremos falar sobre as fábricas abandonadas que no passado ofereciam vida decente a homens e mulheres de todas as raças, e sobre as casas à venda que no passado pertenceram a pessoas de todas as religiões, todas as regiões, todas as ocupações.
Desta vez queremos falar sobre o fato de que o verdadeiro problema não é que alguém de aparência diferente possa tomar nosso emprego, mas sim que a empresa para a qual alguém trabalha possa decidir despachar esse emprego a outro país em busca de nada mais que lucro. Desta vez queremos falar sobre homens e mulheres de todas as cores e credos que servem unidos e lutam unidos e sangram unidos sob a mesma orgulhosa bandeira.
Queremos falar sobre como trazê-los para casa de uma guerra que não deveria ter sido autorizada e jamais deveria ter sido travada, e queremos falar sobre como devemos demonstrar nosso patriotismo cuidando deles e de suas famílias, e lhes propiciando os benefícios que conquistaram.
Eu não estaria disputando a presidência caso não acreditasse de coração que é isso que a vasta maioria dos norte-americanos deseja para o país.
Nossa união talvez jamais venha a ser perfeita, mas geração após geração demonstraram que ela sempre pode ser melhorada.
E hoje, sempre que me vejo cínico ou em dúvida com relação a essa possibilidade, aquilo que me dá mais esperança é a próxima geração os jovens cujas crenças e atitudes e abertura à mudança já fizeram história nesta eleição.
Existe uma história em especial que eu gostaria de deixar com vocês hoje uma história que contei quanto tive a grande honra de discursar no aniversário do Dr. (Martin Luther) King em sua igreja, a Ebenezer Baptist, em Atlanta.
Há uma jovem voluntária branca, Ashley Baia, 23, que nos ajudou a organizar nossa campanha em Florence, na Carolina do Sul.
Ela vem trabalhando para ajudar a organizar uma comunidade formada majoritariamente por negros, desde o começo da campanha, e um dia participou de uma mesa redonda na qual todo mundo contou sua história e explicou os motivos de sua presença.
Ashley contou que, quando ela tinha nove anos, sua mãe adoeceu de câncer e, porque teria de perder dias de trabalho, terminou demitida e perdeu seu seguro-saúde.
A família teve de pedir falência, e foi então que Ashley decidiu que tinha de fazer alguma coisa para ajudar a mãe.
Ela sabia que comida era uma das maiores despesas da casa, e por isso convenceu a mãe de que a comida que ela mais gostava eram sanduíches de pão com mostarda e molho inglês.
Porque eles eram a comida mais barata que encontrou.
Ela o fez por um ano, até que sua mãe melhorou, e ela contou a todo mundo na mesa redonda que o motivo para que tivesse aderido à nossa campanha foi para que pudesse ajudar os milhões de crianças do país que querem e precisam ajudar os pais.
Ashley com certeza poderia ter feito escolha diferente.
Alguém pode ter dito a ela em algum momento que o motivo dos problemas de sua mãe eram os negros que viviam de assistência social por serem preguiçosos demais para trabalhar, ou os hispânicos que chegam ao país ilegalmente.
Mas ela não o fez.
Em lugar disso, procurou por aliados em sua luta contra a injustiça.
Quando Ashley terminou sua história, ela perguntou aos demais porque eles haviam aderido à campanha.
Cada um deles tinha histórias e razões próprias.
Muitos mencionaram uma questão específica.
E por fim chegou a vez de um velho negro que havia assistido a tudo aquilo em silêncio.
Ashley perguntou por que ele estava lá.
E ele não mencionou um motivo específico.
Não citou a saúde ou a economia, a educação ou a guerra.
Não disse que estava lá por causa de Barack Obama. Ele simplesmente disse, a todos os presentes: 'Estou aqui por causa de Ashley'. 'Estou aqui por causa de Ashley'.
Em si, aquele momento único de reconhecimento entre uma jovem branca e um velho negro não seria suficiente.
Não é suficiente que ofereçamos saúde aos doentes, trabalho aos desempregados ou educação às crianças.
Mas é assim que devemos começar.
É assim que nossa união se tornará mais forte.
E como tantas gerações vieram a perceber ao longo dos 221 anos desde que aquele grupo de patriotas assinou aquele documento em Filadélfia, é assim que começa a perfeição.
( ler o restante )
Discurso de Barack Obama sobre a questão racial
Filadélfia a 19 de Março de 2008
( via Carlos Esperança, em Folha S. Paulo - Tradução de Paulo Migliacci, Ponte Europa)19/03/2008
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Como dizia Samora Machel, o racismo e o colonialismo não têm cor, nem servem qualquer outro propósito: são apenas as formas exteriores da exploração.
Posto isto, regresso aos nossos professores que se manifestam contra a avaliação:
- Alguma vez se insurgiram contra a avaliação dos alunos pobres?
- Alguma vez se revoltaram com a marginalização dos negros, dos ciganos e dos brancos das cinturas dormitórios?
- Quando é que estes professores, que receberam deste ME, 150.000 computadores, disseram que os não queriam?
- Porque é que então, quando os computadores são distribuídos ( parecia impossível que algum governo tal decidisse! ) aos alunos, isso se torna motivo de protesto, de grasnação e de chacota?
- Qual será a razão porque quando o ME promove as melhores condições de trabalho e de estudo nos Novos Centros Escolares ( apenas comparáveis ao que de melhor há na Europa e no Mundo ) é que se levanta este coro de impropérios sobre a avaliação?
- É mais do que evidente que os professores e os partidos que os "apioam" nunca disseram uma palavra sobre as condições de trabalho ou sobre a permanente avaliação a que estão sujeitos os professores no ensino privado. Qual será o motivo?
- Também, nunca se manifestaram em defesa da carreira profissional ou dos escalões no ensino privado. Ou da sua direcção? Ou da ausência de democracia? Ou da disciplina, regime de trabalho, horas semanais, a que estão sujeitos? Ou da "escolha" social e económica, dos alunos, a que todos os dias assistem, nesses tais Colégios Perfeitos?
Qual a razão?
Simplesmente por razões de classe e de aliança de classe. E de subserviência ao poder do capital!
Simplesmente porque desta vez o ME insiste na recuperação de todas as crianças, especialmente as mais desprotegidas, as mais marginalizadas!
Porque razão, até em algumas Escolas Públicas que praticam uma segregação menos descarada mas não menos eficaz, nunca estes professores se insurgiram? se manifestaram? e só agora acham que têm que trabalhar e incluir no processo educativo os pobres e os marginalizados é que se insurgem?
Exactamente pelas mesmas razões! Por origem de classe e por aspiração social. E por racismo socio-económico contra a tal metade da população escolar:
- Os cerca de 50% de abandono escolar que na opinião desses professores, como diz Obama, são crianças incapazes de aprender e são problema de outras pessoas!
- Estes professores elitistas e snobs consideram que o País está dividido entre os bem na vida que têm filhos com sucesso escolar, e os outros, que devem ser considerados cidadãos de segunda e cujo futuro não lhes diz respeito.
Estes professores querem estar apenas em zonas escolhidas, se possível com alunos escolhidos entre as melhores famílias, e que têm explicadores para lhes facilitar a vida.
E vêem para as ruas, sabendo-se manipulados por partidos irresponsáveis que apenas querem votos e os atiraram, no passado bem recente, para a insegurança e para o descrédito profissional.
Destes professores o país não precisa!
2 comentários:
Cumprimentos!
Subscrevo inteiramente.
Destaco também o papel do poeta "triste", o qual, convencido de que ainda vai chegar a presidente, actua como agitador populista, com o fito de garantir os votos dos outros populistas de esquerda nas próximas presidenciais. Uma tristeza...
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