A atribuição de um prémio de prestígio internacional a Obama constitui o reconhecimento e o aplauso a uma personalidade impar dos nossos tempos. Merecedora, sem dúvida!
Apetece-me citar Camões: "Maravilha fatal da nossa idade...dado ao mundo por Deus ...para dele lhe dar parte grande..."
Isto é, reconhecendo o poder de Obama sobre todas as coisas, o comité Nobel da Noruega - país da Nato, rico, xenófobo e estranho à UE - dá com uma mão o que espera receber de imediato com a outra.
Apoia os esforços de Obama para um certo nível de desarmamento mundial;
Sublinha as iniciativas para controlar Israel e, talvez, poupar o Irão a uma terrível agressão.
Em contrapartida, confere-lhe a autoridade para continuar a guerra no Afeganistão.
Mas, talvez, terminar o bloqueio a Cuba e reestabelecer o primado da Lei e dos Direitos Humanos nos próprios EUA.
Dá-lhe sobretudo um novo respaldo à sua política interna, quando ao mesmo tempo que mantém o lobby de Israel sob controlo, aumenta a importância do papel da ONU e tenta voltar a centralizar a dispersão mundial do poder.
Nada portanto mais contraditório, mais desesperante, mas, malgré tout, tão cheio de oportunidades para alguns, os mais frágeis e desafortunados.
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