António Cluny, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, tem tido uma actitude de grande coerência: Recorre aos media - os de sempre, como é óbvio! - metendo os pés pelas mãos e misturando argumentos e factos evidentemente não miscíveis;
É no Expresso, semanário que estremece cada justificação acerca da inoperância do Ministério Público (de que ele é parte integrante e grande responsável), que normalmente baba a miséria da sua argumentação. Mas agora desceu mais um degrau na escadaria do escárnio da sua profissão: está hoje expressamente em Genebra onde vai apresentar queixa do Governo ( ou do Estado ?) português por todas as maldades e tropelias de que tem sido alvo a classe dos magistrados.
Estou com ele. Sinceramente!
Tal como estive com ele e todos os outros juizes, procuradores da república e magistrados que, durante o cavaquismo, se manifestaram contra a demora processual, contra a libertação de criminosos confessos por excesso de garantias e de tropeços processuais;
Nunca lhes neguei apoio e solidariedade quando às portas da António Maria Cardoso arriscaram carreiras e benesses;
Sempre que nas escadarias do Aljube esperavam ver conduzir os presos políticos aos Tribunais Plenários de então;
Foi constante a sua presença e a dos seus pares no apoio às famílias dos presos políticos:
Não vou esquecer toda a ctividade judicial que promoveram para que os presos do Tarrafal tivessem direito a julgamentos. A julgamentos. Só isso: a julgamentos ! Com defensores, com contraditório...
Sobre as medidas de "medidas de segurança", eufemismo para designar a prisão perpétua e os trabalhos forçados, sempre os vi, gargantas abertas e, por essa Europa fora, a clamar justiça!
Toda a vez que os vi marchar, bandeiras desfraldadas, contra o imobilismo da justiça, contra os perdões fiscais dos governos da direita, estive com eles;
Quando da greve geral que mantiveram, ( quando?) com prejuizo pessoal, a favor da redução das mordomias e sobreposições de benefícios pecuniários percebidos pela classe de magistrados e ora em análise e discussão pelo governo de maioria.
Acho por isso muito bem que se dirija a orgãos supra nacionais e, como outros traidores da história, solicite a intervenção externa sobre um Orgão de Soberania: O Governo de Portugal!
O caixote do lixo da história tem uma característa dialética: Nunca o encherão!
PS - Não publico foto do Dr. porque tenho problemas de estômago!
4 comentários:
Ia escrever o mesmo sobre o assunto. Mas ao ler o seu Post, quase que dá vontade de dizer que me tirou as palavras da boca.
A imagem que passam para todos que os podem ver e ouvir é a de que um melhor funcionamento da Justiça, para estes senhores, não passa de um pormenor. No fundo tudo se resume a um problema de mais DINHEIRO.
E faz bem em não por a foto, pois há estomagos que não aguentariam o vomito...
Não sejas má-língua.
Eu acho que o homem tem razão. Pois se um governo de maioria, há imenso tempo legislando, não moderniza a justiça, ele só tem é que se queixar em todas as instâncias supra-nacionais (Conselho de Segurança, Casa Branca, eu sei lá ...).
Quanto aos aspectos pecuniários, isso são meros pormenores (ginguba, mancarra, araquis, mendobí, enfim, peanuts).
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