segunda-feira, outubro 10, 2005
Se o PSD ganhou as eleições, quem é que as perdeu?
Ou por outras palavras, porque é que os pobres votam nos ricos?
Ou pura e simplesmente porque já não votam? Abstêem-se.
O que é que está por trás do voto em Fátima Felgueiras? Ou em Valentim Loureiro? Em Isaltino?
Que faz os deserdados acreditarem em figuras salvadoras? Em Moita Flores? em Filipe Menezes?
Não é com certeza a política do Governo para a educação, a saúde, os tribunais, as farmácias...
Que mensagem subliminar foi passada para que os mais pobres votem nos mais ricos?
Quem é que andou a prometer ao eleitorado leite e mel, que o Governo guarda a sete chaves e, egoisticamente, não faz correr pelas ruas?
Esta é que é a questão, já que o facto do PS ter tido uma quase generalizada perca de votos que, ou se dirigiram, os melhor esclarecidos , para uma esquerda mais radical, ou, de forma reactiva, a favor dos populistas, ou da direita pura e dura.
A política do Governo destinada à redução dos privilégios excessivos por parte das corporações, não podia aumentar a colheita de votos. Teria o PS sido mais avisado caso houvesse baixado a fasquia para a manutenção do seu eleitorado local. Já teria sido bom.
Devia ter explicado aos portugueses de forma mais pedagógica a bondade das medidas que corajosamente vem implementando.
Dizia um sábio chinês que os melhores nadadores precisam de água para nadar! ( e se não era sábio nem chinês, o adágio é razoável...)
De qualquer forma e à luz da abstenção verificada, também ela, muita, de punição ao Governo, o resultado do PS não é dramático e não venham comparar com o desastre de 2001 pois aí o PS não tinha política de reformas. Só de sobrevivência.
Só mais uma nota sobre o populismo:
Já tínhamos o de direita, nos cavaquistões, Felgueiras, Gondomar, Oeiras, Gaia e por aí fora...
Agora temos também o PC a competir nesta área com o BE.
A continuar assim nesta deriva de populismo fácil, que lhe permitiu estancar a sangria para o BE e, ao mesmo tempo, apanhar muitos votos ao PS , vai correr sérios riscos de se esvaziar de conteúdo político e de se transformar em sindicato reivindicativo contra o Governo.
Já sem qualquer matriz de classe. Essa é a característica dos populistas: Amassam tudo na mesma broa: Os exploradores mais os explorados e depois cortam em fatias fininhas e servem acompanhados de uns copos gratuitos! De quatro em quatro anos!
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