terça-feira, novembro 29, 2005

Eles andam a ler o Homem ao Mar!

Mas que grande bico-de-obra !
\"Forward\" é um semanário político de judeus americanos. Martin van Creveld, é professor na Universidade Hebraica em Jerusalém e historiador militar.

Ora leiam o que ele diz : ( a tradução é minha, sorry )

Uma vergonhosa retirada vai ser o preço a pagar por uma guerra irracional
Por Martin van Creveld
"O número de baixas americanas no Iraque está bem acima de 2000, e não há um fim à vista.
Cerca de dois terços dos americanos, a atentar nas sondagens, estão convencidos que a guerra foi um erro. E as eleições para o Congresso estão aí ao virar da esquina.
O que estava para acontecer já aconteceu.
A questão, já não é se as tropas americanas vão retirar, mas quão rapidamente o vão fazer e a que preço.
Neste aspecto, como em muitos outros, a comparação com o Vietname é óbvia.
Confrontado com um exército desmoralizado no campo de batalha e com uma crescente oposição interna em 1969, a administração Nixon iniciou a retirada das suas tropas a fim de facilitar o que se chamaria a “vietnamização” do país.
O restante das tropas foram retiradas depois do Secretário de Estado Henry Kissinger ter negociado “ um acordo de paz “ com Hanoi.
À medida que retiravam, as tropas deixaram a maior parte do seu equipamento nas mãos do Exército da República do Vietnam do Sul que, passados dois anos, depois da queda de Saigão, tudo perdeu para os comunistas.
É claro que este não é o modelo ideal a seguir mas não parece actualmente existir outra alternativa.
Mas enquanto o Vietname do Norte tinha um governo com quem era possível combinar um cessar fogo, no Iraque o adversário é constituído por grupos difusos de terroristas sem comando ou autoridade centralizados. E enquanto no princípio de 1970, o equipamento era relativamente abundante, o exército de hoje é o produto de uma deriva revolucionária e tecnológica, em termos militares.
Quanto é que essa revolução contribuiu para a dívida americana é um debate a fazer.
O que não carece de demonstração, no entanto, é que as novas armas são em número tão reduzido e tão caras que mesmo o mais rico e mais forte poderio mundial não pode colocar no terreno mais do que um punhado delas.
Por isso, o simples abandono desse equipamento ou a entrega aos iraquianos não são opções. E mesmo se fossem, o novo exército do Iraque é a todos os títulos mais fraco, menos preparado, menos coeso e menos leal ao seu governo, do que era então o do Vietname do Sul.
Em qualquer caso e para toda e qualquer finalidade, Washington deve entregar as suas armas directamente a Abu Musab al Zarqawi.
Claramente, então, o que deve ser feito é esquecer a humilhação e conduzir uma retirada militar clássica.
Entregando as suas bases ou destruindo-as, as forças americanas têm que retirar para Bagdade. E de Bagdade terão que chegar ao porto de Bassorá, no sul e dali para o Kuwait, onde teve início toda esta aventura.
................
Uma tal retirada vai durar meses e incorrer em muitas baixas.
................
Tudo isto é inevitável quer George W. Bush, Dick Cheney, Donald Rumsfeld e Condoleza Rice gostem ou não.

( continua )

Sem comentários: