Do Diário de Notícias, subscrito por Rodrigo de Sousa e Castro, reproduzo seguinte :
"Há dias, um grupo de sindicatos, representantes dos trabalhadores de um dos mais ineficazes e dispendiosos sectores da administração pública portuguesa, concertou-se para paralisar os tribunais em reacção à retirada de "direitos" que não são comuns ao funcionalismo público e aos restantes cidadãos. Esta acção, coligada com outras, envolvendo inclusive associações profissionais das Forças Armadas e forças de segurança, ultrapassou sempre os meros contextos reivindicativos de classe para atingir o carácter burlesco protagonizado pelo chefe do sindicato da Polícia. Em qualquer caso, cada um dos grevistas sabe, no seu íntimo, visto a informação estar hoje tremendamente globalizada, que a situação do País é muito grave, que é imperiosa a sua inversão e que a administração pública se constitui frequentemente e em muitos sectores num perverso travão ao desenvolvimento e à libertação das energias da sociedade, obstaculizando o seu progresso geral e consumindo os seus escassos recursos. O que explica então a irracionalidade destas acções colectivas? Apenas uma total ausência de cidadania e completa irresponsabílidade cívica.Os membros da administração pública, particularmente os mais privilegiados, nos quais me incluo, já não estão hoje confrontados com a responsabilidade social, que deviam ter tido, de abdicarem de um pouco para que os dois milhões de pobres portugueses e os vários milhões vivendo muito abaixo da média nacional pudessem, após 30 anos de persistentes expectativas, viver um bocadinho melhor."
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