domingo, agosto 08, 2010

A Justiça? Não. A barganha!

Agora, a acreditar nas notícias do Expresso, e que não ouvi ainda serem desmentidas... querem fazer-nos acreditar que, afinal, os procuradores do caso Freeport, ao cabo de imensas investigações, análises de escutas, buscas em contas de arguidos e de cidadãos menos suspeitos, depois de viradas do avesso a vida, as economias e os relacionamentos entre Instituições e contribuintes, depois de envolvidos o Eurojust, os respectivos danos colaterais, e o farejar, à distância, dos saldos de contas mais ou menos off-shore, calcorreado este longuíssimo percurso, estes procuradores, em vista de terem chegado a um beco sem daída, a um punhado de coisa nenhuma - contra os que eram as principais destinatários de todas as desconfianças, - estes justiceiros, reuniram-se à sorrelfa num sótão escuro com a sua superior hierárquica, a D. Cândida, e que fizeram?
Barganharam uma bomba ao retardador de contagem regressiva, redundante e infinita. O relógio faz tic-tac, o tempo esgota-se mas, como não tem espoleta, nunca rebenta mas regressa sempre à contagem inicial. Inventaram o moto-continuo da suspeita permanente.
Fizeram a combina mais suja e com menos carácter:
Combinaram que uma vez que o Processo dera nada, deviam acender a caldeira do fogo lento e fazendo-se de vítimas, garantiram que , "por ora" encerravam o inquérito mas, deixavam em aberto que tinham um rol de não-perguntas que no final de contas não chegaram a fazer.
A quem?
A um dos arguidos? A qualquer um dos suspeitos?
Não senhor.
As não-perguntas era para serem, não serem, feitas ao 1º Ministro e ao Ministro da Presidência.
Interessa que as tais não-perguntas sejam um monte de lugares comuns em busca de segredos de polichinelo?
Não.
O que interessa, a ser verdade a barganha, é conseguir por qualquer meio emporcalhar em definitivo, sem direito sequer a responder-lhes, ou ao contraditório, aqueles governantes.
Justiça? Não. Barganha!

1 comentário:

Ana Paula Fitas disse...

De facto, caro MFerrer... se pretendiam criar um caso policial ficaram-se por um pasquim de cordel...
A ser verdade -no todo ou em parte!-, a barganha envergonha-nos e incomoda-nos saber que as pessoas são capazes de protagonizar o que o pior imaginário consegue conceber...
Abraço...