terça-feira, agosto 31, 2010

Stoning, qual stoning?

Stoning mesmo, por limpeza étnica que claramente formulam, stoning sobre crianças e sobre mulheres sem direito a advogado, nem código penal, stoning sobre um gueto a que já antes tinham cortado a água e a luz, stoning ao retardador com as excelentes bombas de fragmentação, stoning acompanhado das sirenes das bombas de fósforo branco sobre civis e sobre instalações hospitalares.
Apreciem a qualidade deste stoning e não venham com comparações com pedradas sem pontaria, sem qualidade...




Isto é que é mesmo
S-T-O-N-I-N-G
a sério!

Que isto de limpezas étnicas, de cortes de água, de destruição de infraestruturas civis, de invasão e destruição de Países. como o Líbano..., é uma especialidade que, quando praticada por gente de pele mais clara, olho azul, por gente com melhores estudos, bem alimentados, que até concorrem em Festivais da Canção na Europa(?), por falantes de inglês ou de francês, (esqueçamos as tranças dos homens fundamentalistas ou a transformação das mulheres em máquinas parideiras), são meras curiosidades antropológicas que as nossa intelectualidade não discute.
Há coisas que uma "senhora" não discute, não é?
Já tinha ouvido falar...
Fica portanto esclarecido, por uns tempos:
Todo o mal, e todas as malfeitorias, são as do Irão e é contra elas que o chamado mundo civilizado está a organizar a respectiva e seguinte limpeza, como Estado e como religião!
Tudo em nome, claro, dos valores do humanismo, dos direitos humanos e da fraternidade entre nações.
PS - Ciganos? O que é isso? Felizmente por cá não temos disso, e se tivermos, chama-se a polícia, não é? !Olha uma senhora doutora professora a ser incomodada na sua lanchonete, no seu serão intelectual, a fazer as unhas, com o cheiro de gente que nem se sabe bem donde são...onde moram, do que vivem...

4 comentários:

Ricardo António Alves disse...

Mas, ó Ferrer, não se pode deplorar, a atitude bárbara de Israel em Gaza e fazer o mesmo em relação à lapidação?
Por mim, era o que faltava eu não me insurgir contra a selvajaria do regime dos aiatolas, por medo de fazer o jogo do tal sionismo.
Foi por cálculos desses que uns quantos palermas à esquerda contemporizaram (e continuam a contemporizar) com o gulag.

MFerrer disse...

Mas qual "atitude bárbara" de Israel?
Quando é que se fizeram as manifs e os arranca-rabos por cada criança queimada viva pelas bombas de fósforo?
Aliás, todo o assunto foi abafado e os nossos media, a nossa "inteligência" há muito que se esqueceu desse facto...
E já agora, eu sempre condenei como é bom de ler em tudo quanto escrevo, a bestialidade das lapidações, das excisões femininas e demais abusos em nome de qq religião. Não vou em cantigas nem apanho as canas dos foguetes de Israel.
Sabe porquê?
Porque vi os pilotos do Yan Smith/Rodésia branca, que vinham a Moçambique regar com napalm os campos de refugiados rodesianos...
Perguntar-me-á o que é que este facto tem a ver com a questão palestiniana, o Médio Oriente e os interesses chamados da "civilização ocidental, não é?
Explçico: Os pilotos eram israelitas, a pilotar Mirages franceses com gasolina fornecida pela então RSA...
O que está aqui em causa, e é de lamentar que só em Portugal não sejam denunciadas as ligações sionistas, mais do que óbvias a estas manifs de gente muito bem na vida mas que, por mero acaso nunca deram mais que um leve suspiro por cada bomba que Israel despeja sobre vítimas inocentes.
Faça lá um exercício de memória, use até umas cábulas, e depois diga-me quando foram essas manifs contra por exemplo a construção do maior e mais alto muro jamais construído entre dois territórios? Faça-me o obséquio, que lhe fico grato.
Isto de colocar no mesmo prato da balança os crimes dos atrasados dos ayatolas e os dos senhores evoluídos que matam através de aviões não tripulados, de bombas de fragmentação e de minas anti-pessoal, é um erro e uma obscenidade.
Desculpe a franqueza, mas nesses peditórios de quem me quer confundir e deixar de ter o sentido da justiça e das prioridades, já dei e muito!
Volte sempre.

Ricardo António Alves disse...

Manifs a favor da causa palestiniana, não têm faltado (e muito bem, às vezes, outras, menos bem). Lisboa até se geminou com Gaza, veja bem até onde pode ir o delírio...
O muro é obsceno, mas tem sido eficaz (para os israelitas, é claro. Aqui entre nós, a Palestina precisava dum Gandhi, e não daquela ralé religiosa.) Apesar de tudo, não têm faltado denúncias. É pouco? Pois é. Aguardemos o evoluir da situação.
Não acho que haja assunto abafado pelos media; os media, desde que não haja sangue, estão-se nas tintas, porque o pessoal está-se nas tintas para a Palestina e para Israel, como para tudo que não interfira com o bolso e o estômago. O que é que interessa a Sakineh em face do drama do Carlos Queirós?
Quanto aos pilotos israelitas, não sabia; mas, como saberá melhor que eu, quanto a pilotos a despejar napalm, poderemos começar sempre pelos portugueses na guerra colonial.
"Atrasados", enfim: se há chavão dos eurocêntricos é falar das antiquíssimas civilizações persa, chinesa ou hindu, contrapondo, intencionalmente ou não, aos "atrasados" africanos ou ameríndios. Não me parece que seja isso que mova os que se insurgem contra a barbárie.
No meu caso, eu digo-lhe o que me move: um forte preconceito contra a religião, no que ela tem de atentatório da liberdade individual, e também a sua influência social. Quando se trata de teocracias, aí, tenho um verdadeiro asco, e estou-me nas tintas se parece mal cuspir nos aiatolas. A crença religiosa é algo pessoal e íntimo que deve ser remetido para dentro de portas, casa ou templo; cá fora é para ser varrido. E podíamos começar pela Santa Madre Igreja: por mim, seria uma alegria se mandassem terraplanar Fátima.
A vergonha do caso Sakineh serve Israel? Olha que maçada, é para o lado que eu durmo melhor. Mas, compreenda: para mim é impensável não protestar, porque essa atitude vai dar alento aos ocupantes israelitas.

Ricardo António Alves disse...

Quis deixar aqui um comentário, mas parece que era "too large" (foi a primeira vez que me aconteceu) Assim, resumo: Manifs a favor da Palestina, não têm faltado; umas decentes, outras estúpidas, comoa geminação de Lisboa e Gaza.
Napalm: podemos começar pelos portugueses na guerra colonial; duvido que haja dominadores sem as mãos sujas.
A Sakineh não deve saber quem foi o Ian Smith...
Sobre essa dos "atrasados", tinha dito aqui uma coisas, mas não posso, senão o comentário não entra outra vez.
Os media estão-se nas tintas para a Palestina e para Israel; se der dinheiro e audiência (como o drama do carlos Queirós), deixe estar que haverá sempre media a explorar os ângulos todos.
O meu ponto é só este: há uma causa importante e justa (lutar pela vida da Sakineh e outras). O resto será até mais importante e urgente, mas não devemos ficar quietos porque aproveita a Israel.
Só uma nota: eu tenho uma motivação ética; mas, para não parecer demasiado angelical, digo-lhe que me move um forte preconceito contra as religiões: a começar na islâmica e a acabar na cristã: rezas, só em casa; missas só no templo. Cá fora é para ser varrido. Por mim, começava já por Fátima.