domingo, agosto 15, 2010

No Pontal, fora de horas, e fora de pé, a moderna conversa da treta!

Passos Coelho pode enganar-nos, porém não se engana.
Tem um único objectivo, e vai insistir nele.
Quer privatizar, para os mais pobres, a Segurança Social.
Quer privatizar, para os mais necessitados, a Educação e o SNS.
Tudo em nome de uma tal "modernidade" que, diga-se, tem um forte cheiro a antigo, a antigamente e a bolor.
Passos Coelho não tem porém UMA ideia que seja para essa tal "modernidade", nem como lá chegar.
A conversa da treta que serviu entre tímidas palmas de circunstância e muito esbracejar mais próprio de aulas de natação, PPC foi ele mesmo:
Foi desbocado, fez acusações a esmo, insultou a Justiça, confundiu áreas de poder para consumo do eleitorado mais ignorante e, no fundo, ameaça governar , imagine-se, com o programa do PS!: Ou fazem o que ele quer, ou o governo deve ir à vida.
Exige que o PS governe e com o programa do PSD.
Por outras palavras exige que o PS faça o trabalho sujo e que perca as eleições, antes mesmo que se realizem.
Todavia, sobre qualquer ideia para a governação do País disse rigorosamente NADA.
Como ele diz: É preciso ter lata!

2 comentários:

Bettencourt de Lima disse...

Desapossados
1
Após a apresentação do projecto de governo liberal de Passos Coelho sob a forma de revisão constitucional, perpassa em grande parte do PSD uma subterrânea perplexidade.
Este partido é constituído por uma parte significativa dos votantes portugueses e ainda possui um número expressivo de militantes. Muitos deles, os mais velhos e mais numerosos, à volta da imagem construída, mal ou bem, pela governação cavaquista. Imagem essa cujos contornos encaixam na defesa do chamado Estado Social: Leonor Beleza na Saúde, Bagão Félix na Segurança Social (embora este mais ligado ao CDS e independente), Roberto Carneiro na Educação e outros.
2
Os mais novos, muito pouco numerosos, à volta de uma imagem «liberal» que agora, incompreensivelmente, se apresenta como moderna ou, quem sabe, pós-moderna (incompreensivelmente, pois estamos no meio da mais devoradora crise saída das cloacas de Wall Street e provocada pela «esmerada» aplicação dessas teorias).
O sentimento surdo e dominante que começa a grassar é de não pertença por parte do primeiro grupo. Sentem-se esbulhados, desapossados, e, se este sentimento ganhar líder, restam duas hipóteses a Passos Coelho: ir criar um partido à direita do CDS, ou passar pelo calvário habitual. Este poderá tornar-se mais evidente se a queda nas intenções de voto se acentuar.
A ver vamos.
Desapossados.

Carta a Garcia disse...

Caro MFerrer,

Pela qualidade do post, fiz link para "A Carta a Garcia".
Obrigado.
OC