terça-feira, julho 26, 2005

Oito balas para um mistério, by Tony Blair

Excelente começo!
Um tipo de cor escura ( segundo o Público de hoje, citando o venerado The Times, e o meu post de ontem ), sai de casa já vigiada pela polícia que estava ali só para vigiar, mais nada, e sem suspeitar de coisa alguma, vestido com uma gabardina pro largo - que andava magro - vai apanhar o bus.
Quem é que já viu chover em Londres? Gabardinas é coisa rara digna de árabes e de outras sub-espécies!
Na mochilita a boia fria e no bolso a próxima sandes.
Já dentro do bus, os polícias que o seguiram contactam a central e informam que afinal este não é nenhum dos quatro procurados embora a cor não ajude! Tão a ver?
Que nada, devem segui-lo não vá dar-se o caso de, dada a cor o suspeito(?) querer andar também de metro. Roger and out!
E não é que o homem vai mesmo para o metro? E que como milhares de pessoas, todos os dias, saltam os torniquetes para não pagar bilhete?!
Já avisada, outra brigada, igualmente à civil, desata aos gritos e inicia uma perseguição de armas em punho!
Depois, já se sabe, o suspeito tornou-se presunto. Havia entrado numa carruagem de metro numa paragem de metro quando as portas estavam abertas! Indícios bastantes:
Oito balas na cabeça, à queima roupa!
Veio-me à lembrança o adágio do Transvaal :Branco quando corre é atleta, preto é ladrâo!

7 comentários:

sara cacao disse...

Eu nem sei nem que comentar porque a raiva e o desespero invadem-me e turvam-me o pensamento. Obviamente, se falássemos de um sujeito alto, lourinho e olhinho azul tudo teria sido bem diferente.

Anónimo disse...

Pois, lá tinha que vir a "lágrima no canto do olho". Não consigo compreender o que leva as pessoas, possivelmente não muito diferentes de mim, a fazer um escarcéu do caraças quando a polícia mata um desgraçado, porque não respeita os direitos humanos, porque mais uma data de coisas, e quando os terroristas assassinam dezenas de pessoas (nem que fosse apenas uma), arranjam logo desculpas para esses assassinios. Por favor ! Tenham maneiras. E o sr. ministro das relações exteriores do Brasil apressou-se a ir a Londres pedir explicações (e dinheiro, claro). Mas, será que ele (ou o seu colega) foi ao Rio de Janeiro saber se os polícias que assassinaram crianças a dormir na Candelária foram todos alvo de rigoroso inquérito ?

Manel disse...

Precisamente porque acho que as "nossas" responsabilidades são outras e não nos auto-intitulamos terroristas, fico com um nó de raiva na garganta face a esta história ignóbil. É triste que não entendas a gravidade disto, vdf, e que ainda venhas com ares de chico-esperto dizer aos outros para terem maneiras. Oito balas na cabeça à queima-roupa. Motivos da suspeita, uma gabardine, uma mochila e a cor escura. Não te faz pensar? Sabes que mais, pessoas como tu dão a grande vitória aos terroristas: a da cegueira do ódio e da auto-comiseração. A vitória da guerra.

MF: obrigad@s pela visita. Belo blog. :)

Anónimo disse...

Desculpem, eu não sabia que vocês tinham estado lá, tinham sido testemunhas oculares. Ou os media só são críveis se disserem o que já pensamos ?
E os escuros são os bons, e os claros os maus ? Então estou lixado. E eram todos claros os que foram assassinados no metro e por todo o mundo fora onde os terroristas actuam ?
Efectivamente, estou do outro lado, do lado das vítimas, qualquer que seja a cor da pele.

Anónimo disse...

Porque é que teremos todos que ter razão? Refiro-me claro ao Homem-ao-mar, ao vdf, ao manel da truta e a tantos outros... ainda sonhamos com um mundo melhor. Um mundo mais justo. Um mundo onde possamos todos viver...
:-)

Anónimo disse...

A mim, vejam lá, causa-me confusão que um tipo que vai deixar uma bomba ou estoirar-se junto com ela, salte o torniquete, chamando mais as atenções. E parece que isso foi um dos motivos de suspeição da polícia. Que, aliás, deve andar com os nervos "em franja", sabem-se lá as condições.
Agora não se pense que digo isto porque sou alto, loiro e com olhinhos azuis.

"Vale"!

Manel disse...

Não vi aqui ninguém desdenhar das vítimas do atentado. Mas pelos vistos estar do lado das vítimas só vale se os carrascos forem "os outros"...