Como tenho escrito por aí, esta é a oportunidade do governo para apresentar um OE de esquerda e de consolidação das finanças públicas e das políticas sociais.
Vão ser necessárias medidas incómodas para alguns?
Vai ser preciso atrapalhar a grande finança? A banca?
Os sindicatos vão ter de esperar mais um pouco? É preciso afrontar muitos interesses instalados a vários níveis?
Apertar com os partidos da direita e ameaçar deixar tudo entregue de novo ao eleitorado?
Pois seja!
Mas é esta A oportunidade que pode reunir os interesses da maioria e os avisos das instituições internacionais, FMI e Agências de rating - sobre a correcção das políticas a seguir.
É que neste caso até coincidem com os interesses da maioria dos portugueses:
Prosseguir a política dos apoios sociais, do investimento reprodutivo, da recuperação do parque escolar, taxar os lucros da banca, da especulação bolsista e dos coleccionadores de empregos e de salários.
A consolidação das contas públicas não pode ser matéria de negócio. É um imperativo da independência nacional.
Em tempo : Ler hoje o que diz o Der Spiegel sobre a nossa situação e a responsabilidade e oportunidade deste Orçamento:
"Portugal tornou-se um dos casos mais problemáticos da zona euro. O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que as finanças do Estado se deterioraram em conseqüência da crise econômica. A desaceleração atingiu as exportações de países dependentes fortes..."
(Ler tudo em português)
2 comentários:
Um OE de esquerda? Os bancos vão passar a pagar 25% de IRC como o Sr Antunes da mercearia da esquina? Vão taxar as mais valias bolsitas? Alargar o direito ao subsídio de desemprego? Vender os submarinos do Portas?
Caro Aristes,
Bas perguntas. Se forem realmente no bom sentido.
Isto é, se forem uma indicação, um objectivo.
Sabe, como já tenho um certo calo, vou-me regulando pelos objectivos dentro do possível, para poder continuar a sonhar com o impossível, o perfeito.
Não acredito que amanhã, pela taredinha, os bancos passem a pagar o que devem pagar de impostos ou que a sua "contabilidade criativa" passe a ser mais vigiada que a minha.
Quando falo nA oportunidade do PS apresentar a esta direita trauliteira um projecto com traços de esquerda não preciso de produtos quimicamente puros. Se calhar nem os há. Penso é que esta oportunidade de entalar esta direita é única em muitos anos.
Eles precisam mais que o PS governe do que o País seja governado. A última coisa que podiam admitir era serem responsáveis por um período de instabilidade, atente-se no calendário eleitoral, e na perspectiva, que têm, de um dia chegar ao governo depois do PS ter novamente colocado a composição nos carris.
Sim, sou a favor das taxas sobre a especulação bolsista,
Sim, sou a favor de uma reforma dos regimes de apoio social que comporte contrapartidas e limites de pensões e de reformas. Já aqui o escrevi várias vezes.
Não sei se se podem revender os submarinos do Portas. Talvez fosse mais útil fundar já o museu das afrontas, ou em sucata. Pelo menos não haveria despesas de manutenção que ninguém sabe quais são e, quem não tem armas perigosas "arrisca-se" a nunca as poder usar. O que é bom.
Olhe, e já agora, também pode anotar que sou contra as aventuras militares no Afeganistão e na Somália, esta em preparação.
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