segunda-feira, janeiro 04, 2010

Os novos cruzados, a ordem internacional e a nova guerra do Obama

Já não sei quando começou a globalização. Dá-me ideia que teve início com a cobiça dos bens do vizinho do lado.
Quer dizer, a primeira vez que alguém saltou a cerca e foi roubar a galinha ou a mulher do vizinho, Tchanmm!, estava assim como que inventada a globalização.
Claro, depois vieram coisas mais em grande, a guerra de Troia, os Ixos, o Gengis Cão, as Cruzadas, a destruição das cidades do médio-oriente, as várias conquistas de Jerusalém, o saque de Santarém, os milhares de mortos na "conquista de Lisboa" que nada teve de conquista, mas tudo de massacre e de roubo em nome de um deus maior.
Aliás O único e Aquele por quem se deve matar e morrer. Os deuses dos outros, já se sabe, ardem melhor! Daí a vulgarização das fogueiras e mais tarde, já depois da revolução industrial e, quando o Papa olhava para o lado, os forninhos crematórios, que a tarefa era grande e Os nossos deuses não gostam de esperar, como se sabe.
Mas, voltemos à actualidade que tanto se esforça pela nossa educação religioso-cultural e que nós, pecadores, temos a soberba de considerar como coisa longínqua e desprovida desse lado tão cultural como a observação das normas da religião oficial ( esta da "religião oficial" tem piada, mas é para outro post!).
E que é que a actualidade nos diz?: Diz-nos duas coisas, a saber: Que, próximo de nós, até por uma questão de comodidade, devemos manter uma postura da maior abertura e compreensão pelas crenças dos outros mas diz-nos também que por esse mundo de deus ( expressão muito a propósito!) há muito boa gente que, preocupada com o nosso bem-estar, a nossa crença natural, a nosso deus superior, se dedica afincadamente a combater os infieis ( outra expressão interessantíssima que pode servir para outro post!) e que por razões de economia de meios até inventaram uns cruzados, tipo anjos, que voando comandados à distância - como devem voar os anjos, aliás! - vão em busca dos fieis dos outros deuses e Tschanmm!, fazem-lhes a folha. Que é o mesmo dizer que os mandam apresentar-se não ao deus menor deles, mas perante O verdadeiro que lhes lerá a sinazinha, como merecem.
Que isto de um gajo se revoltar e começar a congeminar vinganças contra os pilha galinhas, perdão, os que lhes invadiram e ocuparam o País, isso, está bem de ver, não passa de uma tremenda heresia condenada à morte e ao fracasso! E portanto, nada como ir para lá reinar aos aviõesinhos controlados à distância que identificam os incréus e os mandam desta para melhor com o apertar de um botão. Coisa que para além de higiénica é de uma simplicidade inatacável.
I-na-ta-cá-vel?

Quer dizer, em princípio!, que os deuses deles também já andaram pelas madrassas a falar sobre os solos pátrios, os invasores, as "nossas mulheres", outras invasões, e até, vejam lá, o "nosso deus", e por aí fora.
Em que mundo é que estamos?, onde já um gajo não pode armar-se em cruzado e ir por esse mundo a espadeirar nos "infieis"?
Espadeirar, e com muitíssima razão?!
E o que não falta, é mundo, estados falhados ( até ía a escrever outra coisa...) e deuses menores e infieis ... onde se possam praticar livre e desportivamente as novas guerras., sempre em nome dos valores da nossa civilização e da falta de civilidade da dos outros.

Editado: Nem foi preciso esperar muito: Eu não dizia que perto de nós, é a direita que faz de morta, de defensora dos fracos e dos oprimidos? Que promove o ecumenismo enquanto lá longe, apoia a morte aos infieis?

1 comentário:

Miguel Gomes Coelho disse...

Sem mais nem ontem !
Onde está o poder estão os altos dignitários religiosos; onde estão os altos dignitários religiosos estão os grandes detentores do poder. Para agravar casos exitem em que se confundem.
Um abraço.