domingo, junho 19, 2011

Cavaco Silva foi apresentar o seu Programa de Governo...às Misericórdias

Ou a continuação da campanha anti-PS por outras formas!



Na sequência da vitória da Direita e dos seus ímpetos ultra-liberais, Cavaco Sila foi condecorar as Misericórdias pelo excelente "trabalho" prestado. Lembremo-nos que só em 2009 o total de transferências do OE, para as Misericórdias e para as IPSS, superou os 15MM de Euros e que caminhamos para a institucionalização de um Estado composto por Ricos generosos e por Pobres agradecidos.
Cavaco Silva di-lo com todas as letras e aproveita para atacar as políticas sociais de quem? Do Estado! Do Governo e do PS!
Cavaco Silva, o não político que detesta os políticos e a Política, não tem pejo em fazer descaradamente a sua própria política: A mais liberal, e a que apela às esmolas em troca de votos...como se sabe! Alguns nacos da sua intervenção:
..."As Misericórdias portuguesas têm fortes razões para se orgulharem do inestimável contributo que têm prestado e continuam a prestar aos Portugueses e a Portugal.
A sua história de cinco séculos não encontra paralelo em nenhuma outra instituição social que de forma tão continuada e, ao mesmo tempo, tão decisiva, tivesse contribuído para minorar o sofrimento e a exclusão entre os Portugueses.
Foi no combate à fome, à doença e à exclusão que se forjou esta obra inestimável que integra, de pleno direito, a secular história de Portugal como Estado e como Nação.
Curiosamente, foi no contexto da construção dos pilares do moderno Estado português que a Obra das Misericórdias se lançou e expandiu, por iniciativa da Rainha D. Leonor.
Nessa altura, houve consciência clara de que a afirmação do Estado não era incompatível nem concorrencial com a organização autónoma das Misericórdias.
Pelo contrário, Estado e Misericórdias só tinham a ganhar com a acção complementar e cooperante.
Se o Estado moderno foi obra de monarcas e de elites, a vasta rede de Misericórdias que se estruturou à escala nacional, foi obra dos portugueses, dos homens bons das cidades e das vilas que através da sua dedicação e do espírito de solidariedade, criaram uma das instituições mais importantes da nossa sociedade.
Ao longo destes cinco séculos de história comum, nem sempre o desejável espírito de cooperação e a autonomia institucional foram respeitados. Há que reconhecê-lo!
Já na vigência do actual regime democrático, essa relação, que deveria ser de confiança e de partilha na busca de soluções para os problemas que afectavam a população portuguesa, foi fortemente abalada pela concepção estatizante de alguns governos.
O que se passou no domínio dos cuidados de saúde é um bom exemplo dessa quase obsessão de tudo sujeitar à tutela e à administração directa do Estado."...
..."Perdemos muitos anos a recriar o que já estava criado, a recuperar experiência e competências que já existiam, a esbanjar recursos que poderiam ser canalizados para domínios mais carenciados e de maior urgência social."...
..."Temos de reinventar o conceito de serviço público, nomeadamente na diversidade das áreas sociais. Um novo conceito que atenda mais à necessidade de dar uma resposta rápida e adequada aos crescentes problemas sociais da população portuguesa, do que ao respeito de uma visão ideológica que os tempos tornaram obsoleta."...
..."São cada vez mais os que necessitam de ajuda e são cada vez menos os recursos que o Estado lhes pode distribuir.
Esta é a indesejável e triste situação que temos de enfrentar.
Só os Portugueses e as suas instituições de solidariedade social poderão atenuar os efeitos desta calamidade social que não pára de tocar um crescente número de cidadãos.
Os senhores, enquanto responsáveis pelas misericórdias portuguesas, sabem do que estou a falar.
Conhecem o dia-a-dia dessa luta e as dimensões que esse fenómeno está a atingir.
Vivem directamente as histórias de sonhos desfeitos, de ilusões destroçadas, de vidas que não encontram futuro, do presente insuportável para a dignidade pessoal que muitos teimam em manter.
Sabem todos do que é que estou a falar."...



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