quarta-feira, dezembro 28, 2005


A Subserviência do ex-colono
Regressado de um período, longo, de "cooperação" com a esperança saída da derrocada do império e da sua substituição por outra "ordem", tive muitas oportunidades de observar os arrivistas que não só se tornavam subservientes, se aculturavam, e suprema ironia, passaram a reclamar do seu País de origem aquilo que ele ou não podia dar, ou nem sequer possuía.Refiro aqueles que vivendo presentemente em Moçambique ou em Angola consideram necessária à sua assimilação ao caldo da cultura dominante ( ou da classe dominante, para ser mais exacto), para o que lançam mão do descrédito de Portugal e das suas instituições.
As suas vítimas preferidas são, ou a Cahora Bassa ou a TAP.
É como se transportassem o colonialismo, às costas, através dos tempos, para se exibirem como seus permanentes antagonistas.Não percebem que o ridículo de andar a passear fantasmas e a insultar a sua memória - por pior que seja - não pode branquear o oportunismo dos que ali se apoderaram dos factores de produção e os colocaram ao seu serviço.Nunca encontrei um anti-português ou um anti-Portugal tão fervoroso e devotado como um branco arrivista e que pretendia tornar-se mais negro que o Kioko mais escuro ou o mais retinto dos Zulus.
Vestiam, falavam e até escreviam como um dos assimilados negros.
E isto só acontecia, claro, com os portugueses ou com os ex-portugueses.
Os outros cooperantes, italianos, búlgaros, cubanos, chineses, ingleses, etc, esses mantinham a sua identidade e espírito crítico para com o que os rodeava.Casos houve, na Universidade em que o professor, doutra nacionalidade, interpelava os ex-portugueses sem entender o extremismo das suas posições anti-Portugal!O longo braço do colonialismo está ainda presente e a fazer das suas!

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