E se, de repente, cada ministro fizesse nomeações de filhos de amigos, de afilhados de ex-ministros, de primas de compadres?
Onde estaríamos?
Qual a credibilidade a dar a tais actuações no quadro do emagrecimento das despesas do Estado?
E se, ao arrepio das motivações de redução das despesas com pessoal e do melhor aproveitamento de quadros que, embora competentes, são excedentários, alguns ministros se comportassem como se fossem surdos ou como se nós fossemos todos mentecaptos ?
É que a filha do ex-ministro António Monteiro, de seu nome Maria Monteiro, acaba de ser nomeada por Freitas do Amaral para as funções de Adida de Imprensa na Embaixada em Londres onde vai auferir uma remuneração de cerca de 2000 contos por mês.
Sem discutir a competência da jovem ou da necessidade de um adido nessa Embaixada – coisas aliás que mereceriam outro post – resta-nos apreciar a “justificação” com que Freitas do Amaral nos brinda e devolver-lhe o tratamento de débeis mentais que nos atribui a todos.
Também não sei que mérito pode alguém retirar do facto de ser o representante oficial dum País habitado por idiotas e cretinos!
Eis a famosa explicação(?):
“Em relação à referência que me é feita na coluna Sobe e Desce, na pág. 23 do PÚBLICO de sabádo 10, gostaria de esclarecer o seguinte:
1) Não é verdade que a dra. Maria Monteiro seja “assessora de imprensa de Freitas do Amaral”: ela é, sim, consultora técnica na área da informação do Gabinete de Informação e Imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que tem sido, aliás, alfobre de grande número dos nossos conselheiros e adidos de imprensa no estrangeiro;
2) Não é verdade que a decisão de nomear a dra. Maria Monteiro para Londres tenha sido tomada “agora”, e “depois” de o ministro ter anunciado uma revisão do regime legal de designação de conselheiros e adidos técnicos. Essa é a aparência. A realidade é outra: a decisão referida, como várias outras, foi tomada antes do Verão; a decisão de estabelecer um novo regime legal sobre a matéria (para vigorar a partir de 2006) só foi tomada pelo Governo em Setembro e anunciada em Outubro na AR; mas só agora, em Dezembro, o Ministério das Finanças pôde descongelar a verba para o caso de Londres. Daí a confusão (decerto involuntária) da sra. jornalista: fiando-se nas aparências, acabou por criticar injustamente.”
DIOGO FREITAS DO AMARAL
Ministro dos Negócios Estrangeiros
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