Desde que o mundo é mundo que os poderosos, ou os que almejam sê-lo, têm pacientemente explicado aos servidores que o poder é algo de divino e que lhes terá sido conferido por evidentíssimas razões de superioridade de berço.
Uns nascem para serem servidos, e os restantes para servos .
Nada disto é novidade nem nunca será.
Já usaram de muitas fórmulas que simplificadas, dão sempre resto zero.
Agora, e dado o excessivo custo das tomadas do poder pela força, coisa que esteve na moda nos últimos 5 ou 6 milénios, a coisa põe-se mais no uso do conto do vigário.
Na venda de rato por lebreu:
Há dificuldades?
A banca amiga andou a gastar o que tinha e o que não tinha?
Os tios especuladores jogaram na bolsa a vida de milhões?
O poder de compra das populações é incapaz de manter em funcionamento um parque industrial claramente excessivo, desregulado e deslocado?
Os mesmos bancos que jogaram e perderam, apostam agora contra os mais pobres e endividados, subindo-lhes as taxas agiotas?
O mundo não sabe como resolver o impasse, o círculo vicioso do desemprego, da sobre-produção, da constante deslocalização de unidades de produção de bens e de serviços?
O preço das guerras em curso, e das que estão prometidas, apenas aumentarão os défices monstruosos e a competição por matérias-primas?
Nada disto é problema que faça perder um minuto de sono aos do costume:
Os que sentados em cima dos destroços que provocaram, exigem agora as mão livres para aplicar mais liberalismo, para acabar de vez com qualquer ideia de solidariedade ou de coesão social e para se servirem à vontade dos despojos e proceder ao respectivo saque.
Para tal propõem que lhes passemos um cheque em branco sobre o futuro na base duma Constituição que já não é sequer liberal.
Exigem uma Constituição em branco que, com um único artigo, remeta para as Leis que quiserem fazer e para os regulamentos que hão-de produzir, terminando de vez com essa maçada que tem sido o fardo da democracia...
Afinal não era por seis meses que queriam suspendê-la:
Era em definitivo!
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