Estou habitualmente de acordo com o Carlos Esperança, Ponte Europa,.
Hoje, faço alguns reparos para o que me parece menos feliz:
Evidentemente que os assassinos devem ser julgados, condenados e cumprir as penas.
Só não vejo a contribuição dada pelos "políticos" na libertação descrita e por excesso de prisão preventiva.
De facto são os políticos que fazem as leis e as alteram.
Mas, salvo erro ou omissão, os políticos de serviço desde o 25 de Abril, com pequeninas janelas de oportunidade, como se diz na astronomia, foram sempre governos de direita, suportados por maiorias de direita.
Acho melhor apontar o dedo aos "políticos de direita", do que a todos.
É que dessa forma, além de desculpar os culpados pelo estado da justiça, lança-se a lama para o ar e vai cair direitinha em cima deste governo socialista que me parece credor de valores da honestidade e da justiça social. Não se pode é esperar que em 6/7 meses de assadura esteja tudo feito.
Aliás basta alterar um horário duma escola, dum hospital, responsabilizar a gestão duma empresa, dum quartel, para que caia o Carmo e a Trindade.
Cito o amigo e saudoso Manel Camões: A Democracia tem limites!
Os juizes não devem fazer greves!
Depois, a Orianna Falacci.
O respeito que lhe tenho, há muitos anos, quando combatia a guerra do Vietnam, não tolhe a minha discordância sobre a condenação do Corão que ela sintetiza na frase citada:
O que é facto indesmentível e histórico é que a razão última das agressões é a ambição e a ganância. Se vier revestida de catecismos, são meras manipulações ideológicas.
Veja-se hoje o caso dos israelitas que depois de 38 anos de ocupação militar de uma parte de Gaza,tudo arrasaram na retirada e deixaram para trás - odiosa provocação - dezenas de sinagogas vazias. Destruiram escolas, habitações e hospitais. Deixaram só as sinagogas de pé, à espera de passarem de algozes a vítimas da perseguição religiosa e dos radicais islâmicos.
Quando todos sabemos que durante 2000 os árabes conviveram no Médio Oriente com milhares de judeus e de cristãos!
Não foi o Corão que intoxicou os terroristas do 11 de Setembro ou de Oklahoma. De Bali ou de Londres.
Foi a exclusão, foi o despotismo colocado no poder para servir o imperialismo, que usou o Corão para se perpetuar no poder, foram os crimes do sionismo e a manipulação da informação a nível global que confundiu a definição do inimigo.
E afinal serviu perfeitamente os fins em vista: Justificar o ódio racista, classificar como de segunda categoria a religião muçulmana, vis à vis a cristã e à judaica.
Justificou as guerras preventivas, as ocupações militares e agora, até anunciam os ataques nucleares preventivos!
Se mais exemplos fossem necessários lembro que Bush decretou, como se se tratasse de um bispo, o próximo dia 16 um dia nacional de oração.
Este facto está ao nível das teocracias medievais, da selva amazónica e dos talibãs.
Esta é uma medida intoxicante! Assente no mais puro racismo e no apartheid que por lá está instalado!
Já tenho afirmado que o melhor explosivo é esta mistura desavergonhada de ganância internacional, do imenso poderio militar e da absoluta boçalidade, revestida de catecismos, quaisquer que sejam!
Tal como os cruzados atacaram e quase destruiram a civilização árabe e as suas conquistas de tolerância, científicas e culturais, agora é preciso demonizar essa religião para melhor explorar as suas riquezas.
Nem que para tal seja necessário voltar a desenhar as fronteiras do Médio Oriente e recriar novas e mais domesticadas correias de transmissão.
Vai mal o mundo.
5 comentários:
Ai que já há um (outro)anónimo que não sou eu!
Também costumo passar por este blog e, em regra, estou de acordo.
No entanto, penso que não é por falha legislativa mas por incútia judicial que o assassino excedeu a prisão preventiva.
Agora Carlos Esperança, estamos em sintonia completa. A ideia das greves de zelo nas corporações já conhecidas por serem lentas, parece uma redundância infeliz e sarcástica.
Os juizes ou tomam tento ou, qualquer dia, temos aí uns imigrantes mais eficientes e baratos...Abraço!
Enviar um comentário