Perante a indignação dos que lutaram e tudo deram, curvo-me diante da memória de todos os tarrafalinos, dos que, sem saber ler ou escrever, distribuiram o Avante, dos que sairam dos quimbos e das matas de mão vazias, a lutar contra o colonialismo, inclino-me perante a dimensão de tantos anónimos que resistiram à opressão e às muitas incompreensões, aos que, mesmo nas cadeias do Aljube, de Peniche e do Tarrafal renegaram o Tratado de Brest-Litovsk, dos que foram para Espanha no sonho da Liberdade, dos que tiveram razão antes do tempo.
Perante a dimensão humana dos que se mantiveram fieis a ideais nas masmoras inundadas dos Açores, nas catacumbas de S.Paulo e nos muitos Campos de S. Nicolau - Todos felizmente, com toponímia indisfarçável !- ergo um punho cerrado!
E à geração dos beneficiários, aos "herdeiros" de tanto sofrimento, lembro respeitosamente, a necessidade de ter valores dignos e de os defender! Isto é tão indispenável como respirar.
Aos outros, às excrecências do corporativismo, aos que perderam os privilégios, aos novos fingidores das liberdades, lembro apenas que a História não volta atrás. Nem lhes vai dar outras oportunidades de espalharem o terror, a ignorância e o atraso.
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