Baptista-Bastos, Misérias portuguesas:
‘O escabroso espectáculo no Parlamento, fornecido por Mário Crespo, José Manuel Fernandes e Felícia Cabrita, tidos como apreciáveis jornalistas (enfim: a estimativa não é generalizada, bem pelo contrário) desacreditou, ainda mais, o já azarento ambiente em que vive a Imprensa. Todos eles atingiram o grau mais elevado do grotesco, ao mesmo tempo que demonstraram quão frágeis e esburacados foram os seus argumentos. Afinal, existe mesmo liberdade de expressão e de informação, e esta sofre as mesmas ameaças e perigos existentes nas sociedades modernas. A vitimização pode ser sedutora, mas resulta sempre numa transparência que os factos tornam obrigatória.
A presença dos três sujeitos chegou a ser aflitiva por declaradamente arrogante, e apenas revelou o verdete que alimentam por José Sócrates. É pouco. É nada. O ódio não se confessa, mas nota-se, e marca o desejo inconsciente de destruir do outro. Haja Freud!’
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