terça-feira, outubro 28, 2008

A dedicação ao serviço

Os professores neste País não param de nos surpreender.
E quase sempre pelas piores razões. A confirmar a sua quase permanente demissão da função de formadores e de exemplos, demitem-se por haver indisciplina e falta de ligação à Comunidade. E culpam despudoradamente quem?
Eles, que não sabem relacionar-se com a sociedade?
A sua falta de disciplina?
O seu evidente desconhecimento das Leis?
A sua incapacidade para controlar o ambiente de trabalho numa escola?
Nada disso.
Atribuem a culpa à Ministra da Educação e demitem-se dos cargos, para os quais concorreram e forem eleitos, pelos seus pares.
Espantemo-nos. Não foram lá colocados pelo ME, nem pela Ministra da Educação. Não. Foram eles mesmo que concorreram aos lugares que agora desertam por não serem capazes de fazer cumprir a lei.
E o que fazem os outros esganiçados professores dos blogs que promovem a desordem na educação? Os que não querem ser avaliados?
Aplaudem a demissão e apoiam os demitidos.
Apoiam-nos contra o quê?
As leis da República?
O Código Civil?
O Código Penal?
Os Tribunais?
A Polícia?
Nada disso. A culpada da indisciplina, de muitos casos, dizem, de umas chapadas que levaram de uns pais, é a Ministra! Se não fosse para rir, era só grotesco.
É curioso como se desmascaram. Uns demitem-se por incompetência, e os outros aplaudem essa mesma incompetência e culpam a Ministra da Educação.
Falta de vergonha e do mais básico profissionalismo. é o que é!

1 comentário:

almocreve disse...

O MFerrer gosta muito de fazer perguntas aos outros, embora mostre dificuldades extremas em dar respostas às perguntas que lhe fazem. Já se deu conta?
O que é estranho é que uma pessoa como o MFerrer venha com essas dúvidas quando é o próprio MFerrer que defende que:
-os alunos possam ir às aulas apenas quando lhes apetece;
- os alunos que faltam porque só vão às aulas quando lhes apetece devem ter um tratamento privilegiado em relação aos alunos que cumprem (nomeadamente tendo épocas especiais de testes)
- as faltas de um aluno que parte uma perna sejam consideradas iguais às faltas do seu colega que ficou a namorar no café da esquina.

Quem defende este tipo de ensino depois vem falar em disciplina e indisciplina? Ganhe juízo e fale do que sabe.
Um professor é avaliado permanentemente pelos seus alunos, não pode fazer pausas a meio de um bloco de aulas e retomar 10 minutos depois, tem uma profissão desgastante e é imoral o que se está a fazer a professores com 30 e mais anos de serviço que, objectivamente já não têm capacidade física para aguentar um ambiente na escola de horas e horas de trabalho INÚTIL. Imagine um médico que por cada doente que via tinha de fazer um relatório sobre a sua evolução; se o doente não quisesse tomar a medicação tinha de fazer mais 5 ou 6 propostas de tratamentos alternativos; se o doente não se curasse porque não tomou a medicação isso implicasse a penalização do médico; imagine que esse médico era avaliado pela taxa de sucesso dos seus doentes, independentemente de lidar com doentes oncológicos ou fosse médico de clínica geral; imagine que esse médico era avaliado por colegas seus de outras especialidades e com menos qualificações académicas e menos experiência profissional; imagine que esse médico tinha 2 ou 3 reuniões de horas e horas para debater assuntos burocráticos que pouco tinham a ver com a sua actividade fundamental; imagine que ao chegar aos 60 anos esse médico era obrigado a fazer as mesmas horas num bloco de urgências que os médicos 30 anos mais novos. Já imaginou? Pois é isso que esta Ministra transformou o ensino.
Deveria ter um pingo de ética (coisa que manifestamente não tem) por criticar pessoas que, por desespero, abdicam de uma parte substancial das suas reformas ao fim de dácadas de serviço, porque já não aguentam. O MFerrer deve imaginar que quem toma essa decisão o faz de ânimo leve. Deve imaginar que as pessoas que assumem uma medida que lhes vai baixar o nível de vida até ao fim dos seus dias, o fazem rindo e cantando.
Só é pena que toda esta sua veemência nas questões que coloca se esfume quando é confrontado com uma simples pergunta que lhe faço e que o MFerrer não consegue responder. Chama-se a isso hipocrisia (pode juntar à cobardia e à mentira de que já o acusei em posts anteriores e que - pela ausência de resposta da sua parte - só mostram como estou certo).