segunda-feira, outubro 27, 2008

O perigoso Jumento #007


Segundo o Público relata, o blog O Jumento de que já muitos suspeitavam ser um perigoso infiltrado no rebanho, a PJ pediu à Interpol que lhe desse toda a informação sobre os autores de tão criminosa publicação.
Com este tipo de intervenções a PJ define-se como uma corporação veneranda, atenta e obrigada, e que nos cobre a todos de uma forte camada de orgulho em ser português, aqui e agora. Sim senhor!
Registamos.
Sinceramente, não conseguimos confirmar a notícia mas, a ser verdade, constitui um dos momentos altos da pró-hilariedade nacional, capaz de tornar os Gato Fedorentos em desempregados militantes.
É ver a notícia:
O Jumento chegou à Interpol
A Polícia Judiciária pediu ao gabinete nacional da Interpol que tentasse saber junto da sua congénere nos Estados Unidos da América (EUA) quem é, ou quem são, os autores do Jumento, um blogue que se dedica essencialmente a relatar alegados acontecimentos ocorridos no interior da Direcção-Geral dos Impostos (DGCI).A intervenção da Judiciária no processo decorre de uma queixa do anterior director-geral dos Impostos, Paulo Moita Macedo. O inquérito procurava detectar os autores de alegadas fugas de informação da DGCI e dele consta uma exposição enviada a Paulo Macedo em Outubro de 2005 pelo director distrital de Finanças de Lisboa. Nessa informação, o director distrital de Finanças queixava-se que os textos publicados no Jumento eram difamatórios e passíveis de denegrir a imagem dos funcionários da administração fiscal. Em Novembro de 2005, a Polícia Judiciária pediu ao director do gabinete nacional da Interpol que efectuasse diligências junto da sua congénere nos Estados Unidos, já que o referido blogue era administrado por uma empresa com sede em Portland. O pedido enviado para Washington tinha por objectivo determinar quem era o autor do blogue ou apurar os registos de identidade que permitissem identificar o seu autor.A resposta das autoridades norte-americanas chegou em Março de 2006, mas não foi positiva, uma vez que a legislação norte-americana protege as informações respeitantes a registos de transmissões electrónicas, ou seja, seria necessário um pedido formal dirigido aos EUA nos termos do tratado de assistência mútua.Perante estes factos e depois de ter visionado o blogue durante algum tempo, o Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa concluiu que nada foi encontrado que consubstanciasse violação do dever do segredo dos funcionários e, como tal, arquivou a queixa.

1 comentário:

almocreve disse...

Certamente por distracção, o MFerrer abandonou um diálogo no anti tretas sobre o estatuto do aluno. Certamente por coincidência, abandonou-o quando foi confrontado com uma simples pergunta. Assim, coloco aqui o meu comentário ao qual não respondeu. Espero que não se tenha afogado entretanto e que consiga responder à questão que está na parte final do meu comentário. Cumprimentos.

O MFerrer debita as trivialidades de uma cartilha que compara os pobres a maus alunos e os ricos a bons alunos. É um discurso ideológico do pobrezinho que costuma ser feito por quem não conhece a realidade. Possivelmente o MFerrer nunca deu aulas, e por isso debita teorias às quais só faltam os violinos por trás. Posso dizer-lhe que já dei aulas em meios tão complicados que cheguei a assistir à entrada da PSP na escola para vir buscar um aluno meu acusado de agressão. E que já dei aulas a muitos alunos oriundos de instituições sociais, a alunos que viviam com a mãe em local incerto porque tinham sido alvo de violência doméstica e estavam “guardados” por instituições que os procuravam esconder do agressor. Por isso não me venha falar do que não sabe. A desresponsabilização deste estatuto do aluno é criminosa. Tive muitos alunos com uma vida dramática mas que eram bons alunos: esforçavam-se, cumpriam, tinham gosto em aprender. E tive muitos alunos filhos de pais da classe média e alta que se estavam nas tintas para a escola. O seu discuros maniqueísta é como todos os maniqueísmos de uma pobreza atroz. Ao contrário de si, não acho que um jovem cresça solidamente sem regras, com base no discurso do coitadinho. A escola pública tem o dever de dar a oportunidade a todos, não tem o dever de garantir o sucesso de todos. É que o MFerrer ainda não percebeu que existe uma coisa chamada liberdade: cada um é livre de aproveitar ou não o que a escola lhe oferece. O MFerrer acha que um aluno que passa os dias no café ou a namorar com a vizinha da esquina e se balda às aulas deve ter mais direitos que um aluno aplicado (épocas especiais de testes, faltas equiparadas às de um outro que esteve doente…). Eu acho que não deve. Acho que deve ser responsabilizado e deve aprender que tudo na vida tem um preço. As nossas escolhas serão tanto melhores quanto mas responsáveis forem e a responsabilidade aprende-se no dia a dia.
Está no direito de defender um sistema de ensino em que se desresponsabilizam os erros. Não vai é poder exigir que estes jovens que crescem neste facilitismo depois venham a ser cidadãos responsáveis. O que plantamos hoje, colhemos amanhã. E a desresponsabilização que promovemos nos jovens de hoje levará à desresponsabilização dos adultos de amanhã. Ou acha que por um qualquer milagre um jovem que se habituou a fazer o que quer e quando quer, depois vai comprar à farmácia uns comprimidos que o tornam num cidadão respeitador e responsável?
Termino com uma simples pergunta: para o MFerrer - caso tenha filhos - a falta de um filho seu às aulas por doença seria igual a uma falta em que o rapaz foi dar umas voltas ao Centro Comercial? Ou para os seus filhos este estatuto já não serviria?