Não é da minha conta julgar se os Chineses devem viver sob um regime daqueles ou, se de um outro!
Também tenho as maiores reservas sobre a bondade do regime teocrático do DalaiLama e dos seus monges, sob quem recaiem muitos crimes de séculos contra o povo tibetano.
Não me custa admitir que a China fez avanços tremendos directamente da pré-história para a sociedade agro-industrial, em cerca de 50 anos. Com que custos sociais, estamos ainda para ver.
Mas o que custa mesmo ver e admitir é, que o PCP que em Portugal acusa o governo de todas as malfeitorias, promovendo campanhas de agitação junto dos empregados e desempregados , não tenha um pingo de vergonha e vá em delegação à China, louvar os avanços da revolução e do socialismo chinês:
"Confirmámos aos camaradas chineses a nossa firme condenação às enormes acusações internacionais contra a China que estão a ser feitas utilizando o pretexto dos Jogos Olímpicos (JO)", disse em declarações à Agência Lusa Albano Nunes, membro da comissão política e do secretariado do PCP, à frente de uma delegação de cinco membros do PCP de visita à China a convite do Partido Comunista Chinês (PCC). Segundo Albano Nunes, as críticas à administração chinesa no Tibete "não são uma questão de soberania, nem de direitos humanos, mas sim uma forma das potências imperialistas pressionarem a China, aproveitando o pretexto dos JO". Para o representante do PCP, "o papel cada vez mais importante da China na comunidade global, os êxitos inegáveis do país e os objectivos socialistas que Pequim se propõe alcançar" são as razões que justificam a campanha internacional contra a política chinesa. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, já tinha afirmado em Março, quando se registaram as manifestações anti-China em Lassa, que o partido português reconhece o Tibete como parte integrante da China e que os incidentes tinham como "objectivo político comprometer os Jogos Olímpicos" na China. Citado hoje pelo "Diário do Povo", jornal oficial do PCC, Liu Yunshan, Secretário do Comité Central do PCC, agradeceu ao PCP "o apoio precioso nas questões sobre o Tibete, Taiwan e direitos humanos", depois do encontro com a delegação portuguesa no Palácio do Povo, em Pequim. Liu Yunshan mostrou satisfação pelas longas relações amigáveis entre os dois partidos, sublinhando o esforço do PCP para desenvolver as boas relações sino-portuguesas. Albano Nunes elogiou os êxitos chineses na construção socialista e o progresso chinês nos últimos 30 anos de reforma e abertura, manifestando o desejo que a China fique mais poderosa. "Penso que está a ser uma visita frutuosa e útil", comentou Albano Nunes, acrescentando que este tipo de intercâmbio político é importante "para formarmos a nossa opinião, autónoma e independente". Albano Nunes chefia uma delegação do PCP que visita a China entre 5 e 14 de Maio, a convite do Departamento Internacional do Comité Central do PCC."
Não apenas acusa o governo português de reduzir as conquistas de Abril como de destruir a indústria, as pescas nacionais e das deslocalizações. Quantas e quantas vezes os vimos já à porta das fábricas, que vão encerrar, a gritar contra o governo, aliado dos patrões, ou a exigir que se façam para ontem as escolas e os hospitais ainda em falta?
Que coisa é esta que faz o PCP não entender o ridículo da sua ideologia e a evidente contradição da sua prática? Vão louvar a economa chinesa e o seu desenvolvimento baseado em salários de miséria, em ausência total de segurança social ou no trabalho, de férias ou de apoio à velhice.
Estes diminutos custos - acrescidos dos maiores crimes contra o ambiente que se conhecem - têm permitido à China destruir por esse mundo fora a indústria dos texteis, dos sapatos, dos plásticos, dos brinquedos, da indústria naval, da indústria ligeira, agora dos automóveis, etc.,têm feito subir em flecha o preço das ramas de petróleo - têm das mais baixas taxas de aproveitamento calórico de todo o mundo -e provocado a deslocalização brutal de centenas de empresas e provocado no Ocidente milhões de desempregados.
Finalmente, sabe-se já que são detentores de cerca de 75% da dívida externa dos EUA e que as reservas de divisas que acumularam - as maiores de sempre na História -lhes permitem agora também entrar força na especulação bancária, empresarial - compram centenas de empresas por ano nos EUA - e por fim, como o seu desenvolvimento tem sido preferentemente industrial, têm cada vez mais necessidade de produtos agrícolas, visto que parte da sua população já pretende comer um pouco melhor. Desta forma são já um dos maiores importadores de alimentos de todo o mundo e sempre a aumentar!
É esta economia selvagem a quem o PCP presta vassalagem .
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