Da notícia de hoje no DN fica-me um gosto salgado na boca e a certeza de que o passo foi maior do que a perna. Só visionários, completamente loucos, se aventuravam mar adentro, naquelas tábuas pregadas, sem instrumentos ou metereologia. Ficou a aventura!
"Como o 'space shuttle'
A nau encontrada na costa da Namíbia numa prospecção da empresa de diamantes De Beers que Filipe Vieira de Castro acredita ser do período entre o final do século XV até 1540, tem uma tecnologia que, em soud byte, pode ser comparada à dos actuais Space Shuttle. "Nesta altura, as naus seguiam de Lisboa até Cochim, por exemplo, muitas vezes sem porem o pé em terra. Levavam 400 pessoas, comida e água para todos. Eram naus extraordinariamente estáveis, resistentes, capazes e velozes", explica o especialista. Uma nau deste tipo é sinónimo "de uma construção naval fantástica detida pelos portugueses da altura". E a nau da Namíbia devia, em sua opinião, seguir para a Índia. "Os lingotes de cobre costumavam ser trocados por pimenta. E as presas de elefante podiam ter sido levadas de Lisboa para serem trabalhadas na Índia, ou o navio podia ter passado por Cabo Verde, onde havia um grande entreposto." Opinião contrária tem o historiador e também especialista em naus, Francisco Contente Domingues. Embora ainda esteja renitente em fazer declarações, face aos poucos dados revelados, considera que a nau regressava da Índia. "Para ter naufragado ali, só podia vir da Índia, porque os barcos que iam para lá não tomavam aquela rota." Quanto à presença das moedas espanholas e portuguesas "costumavam seguir para a Índia para pagar a pimenta, mas podiam neste caso pertencer aos grandes dignatários do Oriente que nestas viagens traziam as suas fortunas". Independentemente do sentido desta nau da Carreira da Índia, o historiador também classifica este achado como "verdadeiramente extraordinário".DN, 5-5-2008
MFerrer
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