Pacheco Pereira no ABRUPTO publica um texto sob o título Desemprego de que retiro a parte final:
"Mas nós falhamos mais se não temos a consciência de fazer alguma coisa. Porque se pode, na acção cívica, no voluntariado, no mundo empresarial, na política, fazer muita coisa por estas mulheres. O que é preciso é vê-las e à sua condição e não as cobrir com o manto diáfano da inevitabilidade. A começar pelo Governo, que mais uma vez se vai voltar para o betão e não para as pessoas."
O texto aflora preocupações ao nível da saudade das campanhas políticas à porta das fábricas, e do sentimentalismo, quase solidariedade, para com os desempregados , em especial com as mulheres.
Ora este tipo de abordagem do desemprego e das suas consequências ao nível familiar não é inocente em Pacheco Pereira.
Aliás nada é inocente em Pacheco Pereira. Esta abordagem tem por finalidade quase freudiana aumentar a simpatia política para com MFLeite de quem é fervoroso apoiante. Como qualquer de nós, dsconhecendo qual o seu programa seja para o PSD , seja para o País, se lá chegar, bem entendido !
Por que raio é que ele se lembraria agora de carpir em cima do desemprego das mulheres?
De facto não condena nunca a situação de exploração da mão-de-obra que foi levada ao limite lá pelo norte naquelas "fábricas" de trabalho intensivo, onde o único valor acrescentado era a tal mão -de-obra não especializada e barata, muito barata !
Também não condena o desaparecimento de milhões e milhões de euros em "cursos de formação" fantasmas e que saíram do bolso dos contribuintes europeus.
Não senhor!
Ele acha que afinal era evitável que os ordenados pagos no Leste, ou na India, ou na China, tornassem essas fábricas completamente inviáveis. Não se trata de os patrôes serem maus ou bonzinhos - como o tal casal de suecos do seu post seguinte..., trata-se isso sim, de sobrevivência da produção. Pura e simples.
Aqui não há sentimentalismo possível. Ou fechavam por decisão dos patrões, ou fechavam por os produtos não se poderem vender com estes custos de produção. Mas Pacheco Pereira sabe muito bem destas leis da formação de preços, do preço médio de mercado para que tendem todos os bens, tenham eles a origem que tiverem. Sabe isso, mas do que se lembra não é condenar a antiga política do emprego a qualquer custo, nem dos subsidios a fundo perdido atribuidos por "posto de trabalho criado", sem atender à sua precariedade, não senhor, ele sugere políticas de apoio com base no voluntariado e na acção cívica...
É de espantar!
Mas não é tudo.
Finaliza, atacando o governo por tentar alavancar a economia, neste momento atacada por todos os lados, através do lançamento de um ambicioso plano de obras públicas que irão criar milhares de empregos directos e indirectos. E que ao final, contribuirão para um País com mais transportes, mais turismo, mais agricultura e mais energia limpa. Também não se lembrou de referir os esforços realizados por este governo ao nível da requalificação dos portugueses, ou do apoio à maternidade, ou no desemprego.
É que está vedado ao governo, qualquer que seja, criar empregos. A sugestão sub-liminar desta possibilidade, é pouco honesta.
Por outro lado, empregos baseados em baixos salários são passado. Aí não podemos competir com os chamados países emergentes. Só se lembrou de chorar nos ombros das mulheres e de criticar o governo...
Mas ainda não fez mea culpa por ter apoiado a invasão do Iraque, a qual como se sabe hoje, foi uma mentira monstruosa que está na base da falência da economia dos EEUU e, por arrasto, da crise na Europa e no Mundo. Detalhes. Minudências.
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