domingo, maio 23, 2010

Portugal, um país centrífugo?

Este papel que hoje é desempenhado pela chamada Comunicação Social já foi em tempos prerrogativa da Igreja:
Expelímos com a tranquilidade dos podadores, todos os que se sobressairam à mediania e aos medíocres.
Expulsámos os cientistas , os geógrafos, os capitalistas que inventaram os seguros comerciais, os artistas, os filósofos.
Com a mesma sabedoria queimámos os códices, e as pontes que ajudámos a construir.
Abandonámos à sua sorte quase todos os que um dia nos apoiaram e em nós acreditaram, da Califórnia ao Ceilão, da Tailândia a Belém do Pará, de Marzagão a Ormuz, dos protectorados às colónias...
É assim como uma sina, um fado.
O Padre António Vieira foi disso exemplo grande.
Isto para perguntar o que teria acontecido a José Mourinho se cá tivesse ficado?
Ou, pior ainda, se em vez de treinador de futebol, fosse ele político, em Portugal?
Seria outro corrupto, um mentiroso compulsivo e merecedor de tantas moções desmoralizadoras que um dia, cansado e vencido, emigraria para uma semi-reforma num lugar de respeito e de segunda categoria.
Agora, à luz do dia e perante os nossos olhos habituados, preparamo-nos para indicar, ao melhor primeiro ministro da democracia, quiçá, desde sempre, o caminho que mostrámos a tantos outros:
A prancha!
Estranho, não é?

1 comentário:

Ana Paula Fitas disse...

Caro MFerrer,
Acabei de fazer link :)
Obrigado.
Um abraço amigo.