quinta-feira, setembro 08, 2005

Troia,a Arrábida e o Nordeste Brasileiro

Acabo de assistir à implusão de duas torres que faziam parte do complexo turístico de Troia.
Nunca chegaram a servir para o que tinham sido projectadas.
Eram uns nados mortos e nunca as disputas laborais os reanimaram.
Perfila-se agora um futuro constituído por um investimento do maior grupo privado português, a Sonae, e que diz ir ser responsável por mais de 10.000 empregos directos e indirectos.
Vamos acreditar que isso é verdade. Queremos acreditar que o governo, a estar presente, terá acautelado os nossos sinteresses. É desses que se trata. Não dos da Sonae!
Até aqui tudo bem.
No entanto ando com uma dúvida que partilho.
Então se o novo complexo se destina à ocupação de 30 hectatres com hoteis de 5 estrelas, casinos e residências de luxo onde raio fica o povo? Só a trabalhar?
Não vai ter férias?
A classe média onde está? Vai de férias para o Brasil? Pra Tunísia? Marruecos?
É que as praias da Arrábida estão encerradas vai para três anos e agora, as de Troia, vão ser um gigantesco estaleiro.
A Quercus não deixa que se organize ou se faça obra mínima na Serra da Arrábida. Mesmo naquela que se esboroa para cima dos carros que passam.
Não se faz uma reparação da arriba da zona do Portinho ou da Figueirinha para, prevenindo os desmoronamentos, permitir o parqueamento dos carros dos veraneantes; não se cria um transporte público barato e eficaz até ao Portinho. Não se autoriza um motel,nem que seja de madeira e colmo. Tem que ser reserva total.
É claro que , depois, arde que se farta e os bombeiros não têm lá acesso! Detalhes de quem não cuida nem preserva a nossa flora!
Fica assim a população em geral privada de tudo.
Desenvolve-se o turismo para os muito ricos, manda-se a classe média para o Brasil, Cabo-Verde ou Sul de Espanha e, os outros, os que servem às mesas, limpam o chão, cortam a relva e amassam o pão, esses tomam banho em casa, se houver água.
PS- Ando cá a matutar numa teoria sobre a circulação turística, o estado das nossas sociedades e a generalizada distração com que vamos lá fora, ver o típico, deixando atrás de nós um mar de carências, trabalho precário e de praias privadas.

1 comentário:

Anónimo disse...

(achega)
E "onde raio" fica o povo com a Feira Popular fechada? A ver navios.