segunda-feira, setembro 12, 2005

Val mal o Mundo!

Estou habitualmente de acordo com o Carlos Esperança, Ponte Europa,.
Hoje, faço alguns reparos para o que me parece menos feliz:
Evidentemente que os assassinos devem ser julgados, condenados e cumprir as penas.
Só não vejo a contribuição dada pelos "políticos" na libertação descrita e por excesso de prisão preventiva.
De facto são os políticos que fazem as leis e as alteram.
Mas, salvo erro ou omissão, os políticos de serviço desde o 25 de Abril, com pequeninas janelas de oportunidade, como se diz na astronomia, foram sempre governos de direita, suportados por maiorias de direita.
Acho melhor apontar o dedo aos "políticos de direita", do que a todos.
É que dessa forma, além de desculpar os culpados pelo estado da justiça, lança-se a lama para o ar e vai cair direitinha em cima deste governo socialista que me parece credor de valores da honestidade e da justiça social. Não se pode é esperar que em 6/7 meses de assadura esteja tudo feito.
Aliás basta alterar um horário duma escola, dum hospital, responsabilizar a gestão duma empresa, dum quartel, para que caia o Carmo e a Trindade.
Cito o amigo e saudoso Manel Camões: A Democracia tem limites!
Os juizes não devem fazer greves!

Depois, a Orianna Falacci.
O respeito que lhe tenho, há muitos anos, quando combatia a guerra do Vietnam, não tolhe a minha discordância sobre a condenação do Corão que ela sintetiza na frase citada:
O que é facto indesmentível e histórico é que a razão última das agressões é a ambição e a ganância. Se vier revestida de catecismos, são meras manipulações ideológicas.
Veja-se hoje o caso dos israelitas que depois de 38 anos de ocupação militar de uma parte de Gaza,tudo arrasaram na retirada e deixaram para trás - odiosa provocação - dezenas de sinagogas vazias. Destruiram escolas, habitações e hospitais. Deixaram só as sinagogas de pé, à espera de passarem de algozes a vítimas da perseguição religiosa e dos radicais islâmicos.
Quando todos sabemos que durante 2000 os árabes conviveram no Médio Oriente com milhares de judeus e de cristãos!
Não foi o Corão que intoxicou os terroristas do 11 de Setembro ou de Oklahoma. De Bali ou de Londres.
Foi a exclusão, foi o despotismo colocado no poder para servir o imperialismo, que usou o Corão para se perpetuar no poder, foram os crimes do sionismo e a manipulação da informação a nível global que confundiu a definição do inimigo.
E afinal serviu perfeitamente os fins em vista: Justificar o ódio racista, classificar como de segunda categoria a religião muçulmana, vis à vis a cristã e à judaica.
Justificou as guerras preventivas, as ocupações militares e agora, até anunciam os ataques nucleares preventivos!
Se mais exemplos fossem necessários lembro que Bush decretou, como se se tratasse de um bispo, o próximo dia 16 um dia nacional de oração.
Este facto está ao nível das teocracias medievais, da selva amazónica e dos talibãs.
Esta é uma medida intoxicante! Assente no mais puro racismo e no apartheid que por lá está instalado!
Já tenho afirmado que o melhor explosivo é esta mistura desavergonhada de ganância internacional, do imenso poderio militar e da absoluta boçalidade, revestida de catecismos, quaisquer que sejam!
Tal como os cruzados atacaram e quase destruiram a civilização árabe e as suas conquistas de tolerância, científicas e culturais, agora é preciso demonizar essa religião para melhor explorar as suas riquezas.
Nem que para tal seja necessário voltar a desenhar as fronteiras do Médio Oriente e recriar novas e mais domesticadas correias de transmissão.
Vai mal o mundo.

5 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Ai que já há um (outro)anónimo que não sou eu!

Anónimo disse...

Também costumo passar por este blog e, em regra, estou de acordo.

No entanto, penso que não é por falha legislativa mas por incútia judicial que o assassino excedeu a prisão preventiva.

MFerrer disse...

Agora Carlos Esperança, estamos em sintonia completa. A ideia das greves de zelo nas corporações já conhecidas por serem lentas, parece uma redundância infeliz e sarcástica.
Os juizes ou tomam tento ou, qualquer dia, temos aí uns imigrantes mais eficientes e baratos...Abraço!