quinta-feira, novembro 03, 2005

Os penetras não estão convidados

Teria escrito tudo isto! Assim, descolei este pedaço de indignação da Câmara Corporativa, que subscrevo, e convido a vossa habitual atenção para ele:
"Até agora, o militar que tenha 20 anos de serviço, independentemente da idade, pode pedir a passagem à situação de reserva, sendo que tem “o direito a perceber remuneração de montante igual à do militar com o mesmo posto e escalão no activo, acrescida dos suplementos que a lei preveja como extensivos a esta situação.” Findos os cinco anos na situação de reserva, o militar aposenta-se.O novo regime altera esta intolerável situação. Como a aposentação é só possível aos 60 anos de idade, o tempo de serviço prestado será considerado para efeito de cálculo da pensão de reforma, mas os militares só terão direito à pensão ao atingirem 60 anos de idade. É a isto que os militares querem escapar, antecipando-se à entrada em vigor do novo regime.Convidamos os leitores a reler o post A ira dos militares é justa?, no qual poderão ainda ver outros aspectos que os militares contestam: a redução da bonificação da contagem de tempo de serviço efectivo e as regalias na assistência na saúde."
Compreendo agora a ira de certos sectores contra as reformas que este Governo considera justas e inadiáveis.
Mas os destinatários reagem e na maior parte dos casos desafiam abertamente o poder legítimo para conservar privilégios e mordomias que os outros portugueses têm de lhes pagar!
Sem pudor ou receio das consequências.
Que fazem estas Forças Armadas? e para que servem?
Quem é que está na disposição de continuar a sustentar milhares de madraços e de emproados reaccionários ?
Como suprema ironia dizem-se agora vítimas da democrracia que eles, benemeritamente instalaram em Portugal.
Ainda não perceberam que foi a guerra colonial que os obrigou a retirar e a derrubar o regime fascista em Lisboa. Ou retiravam ou eram mortos em África e ou derrubavam o governo ou presos pela Pide. Optaram pelo caminho mais fácil. Derrubar o governo do Caetano!
Sem a guerra dos povos africanos ainda teríamos o Marcelo Caetano no governo e os Melos na CUF!
Eles estão para a democracia como estiveram para aguerra colonial.
A mais!

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