quarta-feira, junho 04, 2008

A esquerda, à esquerda da esquerda! nº 2

Aqueles que, preocupados com o luzir dos seus lustros, esquecem ou atraiçoam a inevitabilidade da realidade, estão para os portugueses de hoje como os patos de plástico na banheira das criancinhas: Estão lá a fingir!
Os que exigem que o país seja transformado, de pobre em rico, em menos tempo do que dura uma legislatura, estão ao serviço da especulação e dos oportunistas. Ou são uns FDP!!
Ou acumulam.
O que o PS encontrou quando chegou ao Governo, eleito conforme com o programa que apresentou ao eleitorado, foi

- Uma taxa de inflação de 3,4%
- Uma taxa de desemprego de 5,5%
- Uma taxa de deslocalização de empresas superior a 2,5% dos valores anuais dos empregados...
- Um deficit nas contas públicas de 6,7% e ameaça de procedimento por parte da UE = corte nos fundos de coesão!
- A Contratação Colectiva em declínio
- O Salário Mínimo que era actualizado à taxa da inflação...
- Mais de dois milhões de pessoas no limiar da pobreza ou mesmo em pleno gozo dessa faculdade...
- O investimento estrangeiro em fuga e, o nacional próximo do zero.
- O investimento turístico, embrulhado nos interesses autárquicos e ecológicos, e parado.
- Os lixos, mais ou menos tóxicos, sem tratamento e sem destino. Na confusão do não faz nem deixa fazer!
- Recessão da economia com "crescimento "negativo = a mais desemprego
- A prática abusiva de centenas de titulares de cargos públicos a beneficiarem de situações financeiras da maior desigualdade face ao comum dos trabalhadores e dos contribuintes.
- Uma Administração Pública gorda, ineficaz e inamovível
- Encargos insuportáveis com a Dívida Pública, os juros da dívida ao estrangeiro e ao CITIBank
- Um OGE em que as verbas "administráveis" não eram superiores a 17% do mesmo. O restante já estava consignado à despesa.
- As autarquias e os Governos Regionais a gastarem à tripa-forra e a contribuirem para o défit mas não para a economia ou o investimento reprodutível.
- Centenas de Serviços Públicos, Institutos e similares sem qq utilidade prática ou contributo para o desenvolvimento.
- Um Sistema Judicial onde reinava - e ainda reina - a lei do compadrio, do corporativismo e onde os Processos atrasados tinham de mais de 15 anos e ultrapassavam o milhão
- Um mapa judiciário com mais de cem anos, e a população a viver noutros sítios diferentes dos que tinham Tribunais...
- Forças policiais desarticuladas, envelhecidas e mal equipadas.
- Contratos leoninos para a aquisição de submarinos, helicópteros e sistemas de comunicações.
- Os bombeiros, sem coordenação e os fogos a aumentarem todos os anos.
- Empresas Municipais onde reinava a maior impunidade face à gestão dos dinheiros públicos.
- Completa desorganização do Sistema Educativo. Nem professores estavam colocados em Novembro...
- A Escola Pública sem rei nem roque, a viver em autogestão pseudo-democrática e com grande violência entre-muros.
- Completo divórcio entre a Escola, a Comunidade e as Autarquias.
- Horários das Escolas inadequados à vida dos pais.
- Permanente roleta na "colocação" de profs por menos de 1 ano lectivo...
- Mais de 10.000 profs com horário zero, espalhados por Sindicatos, mestrados, Autarquias e similares.
- Desresponsabilização dos profs pelos resultados dos alunos
- Mais de 20% de chumbos (retenções) até ao 4º ano da escolaridade obrigatória (?)
- Abandono escolar superior a 45% antes do 9º ano de escolaridade
- Apenas 3 em 5 alunos, que chegavam à Universidade, concluiam os cursos
- Universidades a ministrarem mais de 1000 cursos superiores "diferentes", sem qq relação com a realidade, as necessidade e possibilidades do país.
- Evidente desorganização e decadência do SNS, com 250.000 operações em lista de espera e 550.000 portugueses sem médico de familia, zero de apoio à natalidade e paternidade
- Um reduzido nº de médicos em formação, insuficiente para a normal substituição dos que se reformassem...
- O mapa hospitalar ao invés da concentração populacional, e muito envelhecido
- Uma gestão dos dinheiros da Saúde em completo desalinho e desnorte.
- Aborto clandestino e morte de centenas de mulheres por ano às mãos de curiosas privadas
- A Segurança Social hipotecada, a ameaçar encerrar dentro de 5 a 10 anos e de cair na mão dos privados
- A Igreja Católica à espera de mais contribuições do OGE para as suas obras de caridade e de manipulação de votos, perdão, devotos
- As Obras Públicas em desnorte, um faz-que-não-faz-que-faz-e-refaz-estudo, mas nada fazer!
- Um Tratado de Lisboa para ser elaborado, discutido e assinado.

- Juntem-lhe agora um choque petrolífico e o quadro de actuação fica completo

É disto que têm saudades?
É a isto que querem regressar com essa "descoberta" dos pobres em Portugal?
Até se atrevem a falar em emigração! É só ir aos C. Comerciais ver os anúncios a pedir empregados de todo o género a que apenas respondem imigrantes...dispostos a trabalhar.
Os portugueses, esses, continuam à espera que uns iluminados descubram petróleo no Beato! Ou que lhes prometam o que não têm para lhes dar! Vigarice e oportunismo têm hora!
Quando é que estes senhores, e porque forma, se manifestaram contra ou se disponibilizaram para melhorar aquele estado de coisas?
Só vejo os que nada fazem mas que mamam na teta gorda do OGE, a desdenhar da política honesta deste governo e, a apodar os que o apoiam, de "direita".
Era só o que me faltava!
Direita desavergonhada e oportunista são estes todos que, acolhidos sob o chapéu das benesses que a si próprios atribuiram, pretendem derrubar este governo. É natural que queiram isso : Os seus interesses e os dos seus amigos estão a ficar demasiado próximos do lume...
Não consigo evitar personalizar um bocado esta minha repulsa pelos oportunistas:
Ana Benavente? Mas não foi ela uma das responsáveis pelo estado da Educação neste País?
E não foi ela que levou da AR, quando se retirou, mais de 60.000 Euros de reintegração na vida ?? Ela e outros que ali estavam sentadinhos à espera dum directo da SIC...
Qual foi o contributo do Manuel Alegre para a resolução destes "pequenos problemas"?
Ou quando é que se manifestou contra a sua génese?
Deve ter sido na poesia que eu não li. E que, pelos vistos, felizmente, ele também não escreve!

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