Isto já não é como era.
É que não me recordo de quando é que a esquerda da Esquerda, a verdadeira, a que quebra mas não dobra, a que anseia os horizontes e os amanhãs operários, não me recordo dela se ter insurgido, reunido, esperneado, discursado, votado e não votado, com e sem declarações de voto, ou ameaçado com golpes palciano-teatrais quando foi dos governos de Cavaco Silva com duas arrogãncias absolutas, privatizações a esmo, indemnizações latifundiárias e chanfalhada nos polícias, nos padres, nos estudantes, os perdões fiscais, os monstros dos milhões de recibos verdes e o outro dos milhões de Bruxelas que pura e simplesmente não se soube deles para além do betão puro e duro, e sem falar da eficácia redestributiva do consulado de Durão Barroso, das divertidas ideias igualitárias do cheque-ensino e do cheque-saúde...
E onde terá ido de férias esta intransigentérrima esquerda, infrene e sagaz que, no governo de Guterres, tudo fez para o derrubar e lá colocar os seus prediletos PSD e CDS?
É que não me lembro!
Tal como devo ter esquecido as plataformas, os convénios, as reflexões, os espaços de análise e os estados de sítio que promoveram para entalar o extraordinário desgoverno do Santana Lopes e do ainda mais extraordinário défice de 6,83% que deixaram em herança ao este PS que, em vez de continuar a gastar á tripa-forra, se lembrou, imagine-se a arrogância, de poupar para evitar passar cheques sobre o futuro...
Simplesmente não me recordo!
Esta minha memória prega-me cada peça!
2 comentários:
eheheh Poizé!
:))
Tanta contradição!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
O senhor sabe o que é a esquerda? Sabe o que é a direita? Sabe o que é o liberalismo?
Meu caro, começo a estar convencido que a realidade para si é de muito difícil alcance. O senhor acredita mesmo que a realidade é a preto e branco?
Enviar um comentário