sexta-feira, dezembro 12, 2008

É preciso defender a Escola Pública. Os valores da Democracia e os que todos os dias lutam por ela! 2

Setora disse...
"Há mais quem pense como eu e o diga de melhor forma. Cá fica.
Desidério Murcho faz a Perguntinha no “de rerum natura”
Parece-me que uma das perguntas mais relevantes no que respeita à avaliação dos professores é a seguinte:
Com esta ou outra avaliação, ou sem qualquer avaliação, que diferença faz no que respeita à excelência no ensino?
Que diferença faz na qualidade do ensino real, que os estudantes realmente recebem na escola?
E a resposta que me parece plausível é:
“Não faz qualquer diferença relevante”.
Não é com esta ou com outra avaliação que a qualidade do ensino será promovida.
Esta avaliação tem por único objectivo poupar dinheiro, vedando o acesso ao topo da carreira à maior parte dos professores.
E os protestos dos professores têm como única razão de ser a tolice burocrática e kafkiana que o processo de avaliação envolve.
O que realmente conta para promover a qualidade do ensino, contudo, não é abordado.
Nem os dirigentes educativos nem os professores estão genuinamente comprometidos com a tentativa de melhorar o ensino. Houvesse esse comprometimento, e o debate seria completamente diferente."

Resposta a uma Setora:

Porque o seu comentário é um verdadeiro paradigma da sua posição de classe, tenho o maior gosto em responder-lhe:

Setora,
Deixe-me adivinhar:
Os culpados da Escola Pública estar como está, e dos srs professores não quererem ser avaliados, tal como diz, é dos diferentes ministros, dos pais, e da sociedade.
Nada disto é com os professores: Eles são todos excelentes, e doutra galáxia.
Viu? Foi fácil!
Primeiro foram os governos que deram de ombros. O assunto não era com eles.
Eles faziam óptimos programas, destribuiam o nosso dinheiro por tudo o que era capela e reivindincação, acabavam tranquilamente com qualquer exigência, a começar exactamente nos professores corporativizados e a acabar nos destinatários da educação: as crianças e jovens, e que cada um tratasse de si.
Os que tivessem dinheiro e ânimo para entender a necessidade da educação e da aprendizagem , esses, as famílias ( as boas , claro!) salvavam-se da ignorância.
Os outros?
Quais outros?
Ah!, esses! Bom, esses podiam ser divididos em vários grupos, que sempre coloriam a sociedade. Os polícias, os ladrões ( esses não, os outros!), os ciganos, os do interior, os emigrantes analfabetos, os empresários com a 4ª classe, os eleitores manipuláveis pela ICR, os devotos de Fátima, as mulheres espancadas e mortas, as casas mais ou menos pias.
Quer mais, senhora professora? Era disto que gostava? É disto que tem saudades? Dos eleitores semi-analfabetos que se arrebanham com bolos e nas feiras? Com electrodomésticos e com garraiadas madeirenses? É esta democracia que a reconforta? Se é, tenha paciência, vá escrever para o seu blog. Aproveite enquanto houver quem a saiba ler...
Mas o que é notável, o que arrepia numa professora, é que nem se dá conta do que escreve àcerca dos seus pares: Que eles não estão, nem nunca estiveram preocupados como ensino: " nem os professores estão genuinamente comprometidos com a tentativa de melhorar o ensino"
O que é que quer que lhe diga? A Setora Eugénia Prata Pinheiro tira-me as palavras do teclado...
PS- Não se "ofenda" com a etiqueta PCP. Ela refere apenas os agitadores e os oportunistas que esperam colher os frutos podres do "quanto pior, melhor!" e cavalgar a onda dos desmiolados. Não será o seu caso!
Atentamente!

2 comentários:

Setora disse...

Meu caro "homem ao mar", deixei o texto do Desidério Murcho nos seus comentários, esperando que o lesse e partisse para uma análise séria dos males de que enferma a escola. Você preferiu treslê-lo e passar ao ataque.Paciência.
Já há tempos lhe deixei em comentário a ideia de que estas "reformas" não se situam no campo do ensinar/aprender. Isto você não quer analisar nem discutir. Não quer sair da "prisão". Paciência.

Setora disse...

Uma chamadinha de atenção: embora apele muitas vezes à proteção do santo Alzheimer ainda vou dando conta do que escrevo.