Recebi, via email, da professora M. Eugénia Prata Ribeiro, o texto que a seguir transcrevo em bold e que é merecedor da resposta escrita em cor mais viva:
Vi o comentário que deixou no profavaliação. Você não sabe nada do que se passa nas escolas. (Felizmente que assim é, porque pelo que me diz, deveria andar muito mais preocupado!). Fique a saber que os "profes baldas", esses que faltavam e pouco tinham a ver com a tarefa que lhes competia, esses eram protegidos dos Conselhos Executivos (Mas os Conselhos Executivos eram eleitos pelos professores baldas para os protegerem? Olhe que essas afirmações são um bocadinho comprometedores. Então se a Gestão Democrática não garantia a democraticidade nas Escolas por que se manifestam contra o novo modelo de gestão?) se não, não se manteriam por lá (E eu a pensar que as responsabilidades e o trabalho dos Conselhos Executivos exigiam grande esforço e dedicação... Afinal, pelas suas palavras, aquilo é uma “rica vidinha”, um "compadrio". Será?). E são esses que estão agora com baixas prolongadas que ninguém atrapalha. E não é com a avaliação que vai resolver isto. Os outros, a maioria, vão lá e fazem o melhor que podem e sabem. Ninguém nunca lhe dirá que todos os professores são excelentes. Há de tudo como em qualquer outra profissão. (Pelas suas palavras, depreende-se que considera indispensável que exista uma Avaliação rigorosa, feita pelos professores, capaz de premiar os que se distinguem pelo seu trabalho, e afastar da Educação todos os que lhe prestam um mau serviço. Entendi bem?). Enquanto estudante, tive professores bons e maus e lá fui aprendendo com todos alguma coisa.(“Alguma coisa” parece-me falsa modéstia. Será que assim conseguiu tornar-se uma boa profissional?) Só dois ou três é que preferia nem ter conhecido. A sua experiência deve ser igual à minha. E está provado que, em todas as profissões, os bons profissionais não são os que têm melhores "notas". (Onde foi buscar essas provas? Será uma espécie de desígnio dos demónios? Se assim é, parece-me que os bons professores se devem bater por ter as piores notas. E tudo passa a estar certo!)Pena que lhe passe pela cabeça que esta avaliação vai distinguir os melhores. Não vai e vai destruir a "habilidade" que tantos professores revelam para gerir as suas aulas tantas vezes com tão poucas condições para que a coisa resulte, para gerir a relação com as famílias. Bom seria que esta "habilidade" fosse contagiando o maior número mas estas titularidades e validações grelhadas vão castrar todos. (Lastimo, mas das suas palavras só posso inferir a incapacidade dos professores para avaliar. E interrogo-me: será que estes professores, com todas estas incapacidades, são capazes de avaliar os meus familiares, alunos desta Escola Pública – desculpe, mas a descrença é sua, não minha.) Não venha com a treta de que não querem ser avaliados. Andam todos (menos eu) a dizer que querem. E eu, que já sou velha, fiz um exame, uma prova pública, para passar para 8º escalão. Até tive nota máxima mas é uma cara inutilidade. Era bom que em vez de andar aí pelos blogues a espalhar provocações se detivesse a pensar um pouco. (Então, vá em frente! Mostre que é uma professora competente! Convide os seus pares a assistirem às suas aulas. Diga-lhes como se distingue um Bom de um Mau Professor. E continue a trabalhar para esta Escola Pública a quem a maioria das famílias confia os seus filhos. Sem medos! Nem corporativismos! Não são todos maus! Mas, também nem todos são Excelentes!)
Cumprimentos
Eu também lhos retribuo ! Não sem ter de acrescentar, para que conste, que aquilo a que chamou provocações que espalhei por aí, foi apenas o Comunicado do Ministério da Educação a desmentir as provocações do seu émulo Mário Nogueira e que nunca vejo merecer a mais leve crítica, diga ele o que disser, minta ele o que mentir, insulte ele quem insultar!
Srª. professora, meta a mão na consciência e mude de campo. Junte-se aos que seriamente querem uma Escola Pública digna dos valores da Democracia, distinta da escola punitiva e excluidora em que trabalha, há tantos anos, sem se insurgir contra isso mesmo!
Ainda está a tempo!
3 comentários:
Quem lhe disse que não me insurjo?
E, por isso, levo na cabeça.
Se tiver tempo e paciência dê a volta ao meu blogue.
Não há "avaliação rigorosa" feita pelos professores. Nem há possibilidade de quem quer que seja fazer "avaliação rigorosa" desta "arte".
Está provado por trabalhos científicos que os bons profissionais saem em percentagens idênticas de entre os que tiveram as melhores e as piores classificações escolares. Se tiver de contratar alguém, não se fie nas excelentes notas.
Devo dizer-lhe que continuo a "sofrer" bastante nos momentos de avaliação. Sou professora, quero que os alunos aprendam; essa é a minha tarefa. Enfiá-los depois nos 1, 2, 3, 4, 5 é venenoso.
Custa-me a entender que a alguns professores tenha agradado a função de "avaliador". Senti-me sempre livre para discutir com os colegas (e até com os funcionários e os pais) este ou aquele caminho que seguem. Mas longe de mim querer avaliá-los, metê-los em notações.
Qual competente, qual quê! Esforçada sou e nuns dias sai tudo bem e a coisa resulta e noutros dias sai tudo mal e paciência. Com papeis a coisa é fácil, o papel é manso! Com gente que está viva e a crescer é difícil, é preciso muita arte e nem sempre o artista está em plena forma.
Nunca tranquei as portas das salas onde trabalho. Pais, funcionários, colegas podem entrar "sem bater".
Por que raio tinham de ser os professores todos excelentes? Como conseguia isso? Com a senhora de Fátima?
O meu campo é o do ensinar/aprender.Não é neste campo que se situam as "reformas" que você tanto defende. Foi esse alerta que quis deixar-lhe. Passe você para o meu campo. E se conseguir trazer para ele a ministra, melhor.
Nota: Não sou Ribeiro mas com tanta água que se vai metendo não vem deste ribeiro mal ao mundo.
Não comentei a primeira parte. Deixei para si o comentário aos conselhos executivos. Você não corre o risco de processo disciplinar.
Só agora reparei na etiqueta que escolheu. O PCP é para a sua parte ou para a minha? Se é para a minha, há que rir.
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